‘Cidade árvore’ e Parque do Ingá conectam gestões

Maringá não se vendia na gestão do ex-prefeito Ulisses Maia como a ‘cidade árvore’? Vendia, mas não entregava

Como assim o o viveiro municipal não está produzindo mudas? Sério isso? Pois é. Segundo o  diretor-presidente do Instituto Ambiental de Maringá, José Roberto Behrend, é seríssimo. Foi o que revelou em entrevista ao RCC News, programa da Jovem Pan, na manhã desta quarta (veja ao final).

Mas Maringá não se vendia na gestão do ex-prefeito Ulisses Maia como a ‘cidade árvore’? Vendia, mas não entregava. Pior: o o viveiro municipal ‘vendeu’ a ideia de que era uma ‘fábrica de árvores’. A associação entre fábrica e viveiro até que funciona no discurso, mas na prática…

Durante entrevista, ouvinte mandou pergunta sobre reposição de árvores. Está obrigado a plantar muda em local que havia retirado árvore – e autuado pelo gesto -, mas não encontra a espécie indicada para o bairro em quem mora.

Isso é especificado no Plano de Manejo da Arborização, finalizado em 2020, e que, segundo o secretário, passa por revisão regulamentar dos 5 anos de vigência. Mais uma informação revelada na curta entrevista, assim como o valor de manutenção do Parque do Ingá. De R$ 230 mil mensais.

Não deu tempo de ouvir do secretário sobre a passarela prevista na mata do Bosque 2, ligando nada a lugar nenhum e com imensa intervenção numa área de preservação. Para avançar, a ideia do prefeito Silvio Barros deve atropelar muitos artigos da legislação ambiental.

O mesmo deve ocorrer com o teleférico, cujo projeto está na mesa de arquiteto, que por acaso é filho de um secretário municipal. O profissional não tem vínculo com a prefeitura. Foi contratado? Não! O projeto será doado. Mas para isso é necessário um chamamento público. Pois é. Vamos aguardar!

Sobre o Parque do Ingá, o secretário já começou contestando o termo ‘privatização’ usado pelo âncora do programa. Concessão, terceirização ou gestão compartilhada, como já queria o prefeito em 2008 ao propor que a unidade de conservação fosse tocada por uma ONG. A  verdade é que o município vai transferir a área para terceiros. Ou quer fazer isso!

“A ideia é não cobrar pela entrada’, já disse o prefeito. Chamo atenção para ‘a ideia é não cobrar’, bem diferente de ‘não será cobrada’. Como a empresa vai monetizar o parque, recuperá-lo e ainda fazer investimentos, o que se supõe, será exigido no contrato de concessão, formato pretendido pelo prefeito?

Ainda não se sabe, o que fortalece a suspeita sobre a cobrança pela entrada no parque. Será que os vereadores vão acompanhar o desenrolar dessa proposta ou caminha para se tornar uma nova PPP da iluminação? Oremos!