“Estou aqui com o sicrano, que desancou o pau em você. Falou que você não era confiável, mercenário, vive a soldo e não respeita off.” A frase era dita no viva-voz para constrangimento da visita
Um ex-secretário de Comunicação de Maringá, jornalista com extensa biografia nos mais diversos veículos de imprensa, portanto, alguém que merece respeito e deferência, não era reconhecido, necessariamente, pela conduta regular no exercício de cargo público. Sem refinar essa trajétoria, posto, eivada de dúvidas, controvérsias e até denúncias, oportuno ater-se a um comportamento que mimetiza o que teria feito prefeito da cidade.
O ex-secretário, ao receber algum colega da imprensa que, sabidamente era desafeto de outro, largava a provocar o interlocutor para falar sobre o ausente, colecionando os impropérios para em seguida ligar para o sujeito.
– Estou aqui com o sicrano, que desancou o pau em você. Falou que você não era confiável, mercenário, vive a soldo e não respeita off. A frase era dita no viva-voz para constrangimento da visita. Do outro lado, o sujeito emudecia por alguns segundos e, não raras vezes, reagia já largando reação impublicável. Se havia diferença entre os dois, ali se aprofundava.
– Quer se defender?, perguntava o ex-secretário, contendo a diversão num gargalhada que ganhava sonoridade logo que a confusão se encerrava. Repetia o roteiro com alguma frequência, sempre surpreendendo algum incauto, não sem antes garantir alguns desafetos por conta dessa brincadeira que muitos levavam a sério.
Não demorou para uma vítima interpretar a brincadeira de forma diferente do que esperava o ex-secretário, que acabou ouvindo o que não queria e só não sentindo a mão pesada de um fotógrafo casca dura por por conta de intervenção. O caso ficou restrito, mas repercutiu até no patrão que, sabe-se, chamou a atenção do subordinado.
Conta-se que o prefeito de plantão à época também se divertia com os episódios e a reprimenda pouco adiantou. Não demorou para o ex-secretário retomar o comportamento e novamente se envolver em sérias questiúnculas, sintomáticas do que viria mais tarde, quando se meteu em assuntos nada divertidos. O Ministério Público que o diga. Oremos!
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