Tolerância zero só para bagrinhos

Deputado Sargento Fahur, que pregava tolerância zero para o crime, entra para o time que quer poupar “tubarões da sonegação”.

Um dos três votos de Maringá para agilizar o projeto que combate os chamados “tubarões da sonegação” no país – aquela que tem tentáculos em vários ramos comerciais – foi para negar a urgência. O deputado federal Sargento Fahur (PSD), em segundo mandato, foi um dos 50 votos que tentaram barrar a urgência do projeto, que recebeu ainda 35 votos de parlamentares do Partido Liberal, aquele do ex-presidente Jair Bolsonaro e que prega “Deus, pátria e família”.

Sargento Fahur surgiu na mídia a partir do repórter André Almenara, que levou para o público aquela figura estranha, escorada às vezes no bizarro, e que fazia dos ataques aos criminosos, sempre com o recheio de palavrões nada família, o seu chamariz.

Além de não votar na urgência do projeto que pega os maiores devedores do Brasil, a queda em sua votação em duas eleições mostra que seu estilo está cansando. Caindo, possivelmente, na mesma proporção de seu trabalho como fiscal do Executivo e autor de propostas para a sociedade. Ele prefere fazer da rede social seu próprio Legislativo, aquele que permite que a lei vá somente no pescoço dos bagrinhos.

Aqui, abra-se parênteses: bagre não vive com tubarão. No maior, os menores peixes são o peixe-palhaço, associado às anêmonas, e a donzelinha, encontrada em águas tropicais,um dos peixes marinhos pequenos mais comuns e pode ser vista do sul dos Estados Unidos até o nordeste do Brasil.

(*) Esta análise foi feita a partir de comentário, imperdível, do jornalista Octavio Guedes, que você pode ler aqui.

Imagem gerada por IA