Maringá vai ter Condomínio da Pessoa com Deficiência; considerações finais sePessoa com deficiência aguarda realização do projeto do seu próprio condomíniorão tratadas hoje com o prefeito municipal; o secretário de Urbanismo e Habitação, Matheus Barros, ao lado da presidente da AMDF, mostra o material com o qual as residências serão construídas
Representantes da Associação Maringaense dos Deficientes Físicos (AMDF), presidido por Khelly Corrêa, estarão em audiência com o prefeito Silvio Barros II (PP) nesta sexta-feira. Vão tratar do Condomínio da Pessoa com Deficiência, projeto inspirado no Condomínio do Idoso, mas inteiramente planejado para PCDs.
Com investimento estimado de cerca de R$ 10 milhões, o projeto já foi preparado e aprovado, a área física está destinada, com base em critérios de acessibilidade universal, autonomia funcional e dignidade humana, conforme preveem legislações brasileiras e recomendações internacionais.
Cada unidade, ao custo estimado de R$ 320 mil, prevê portas e corredores largos; banheiros com barras de apoio e espaço para manobra de cadeiras de rodas; cozinhas adaptadas; sinalização tátil e visual; áreas comuns com acessibilidade integral; e tecnologia assistiva e infraestrutura para cuidadores, quando necessário, conforme garante a lei 13.146/2015, o Estatuto da Pessoa Com Deficiência.
Estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe, 2019) revelou que o custo adicional direto de vida para pessoas com deficiência física pode variar entre 2 e 14 salários mínimos por mês, especialmente para garantir autonomia e segurança. Esse impacto também se reflete no custo de construção das moradias inclusivas.
O projeto da AMDF exige: instalação de rampas com inclinação adequada e piso tátil; elevadores ou plataformas de acessibilidade, quando necessário; portas reforçadas e mais largas (mínimo de 80 cm de vão livre); janelas com mecanismos de fácil alcance; iluminação natural e artificial adaptada às diferentes deficiências sensoriais; ambientes integrados para facilitar mobilidade e uso de cadeiras de rodas; e materiais duráveis e seguros, adaptados às limitações motoras e sensoriais, elementos que elevam o custo da construção, mas são essenciais para garantir o direito à moradia digna e funcional.
O Condomínio da Pessoa com Deficiência propõe infraestrutura inclusiva desde a fundação; economia futura com saúde pública (menor internação, mais autonomia); integração social e redução da vulnerabilidade urbana; e dignidade e respeito ao direito de morar com qualidade. Há um retorno social e econômico, de acordo com estudos nacionais e internacionais, como maior bem-estar, redução nos custos com saúde e assistência social, estímulo à participação social e ao trabalho e impacto positivo na economia local.
Para a AMDF, o custo de R$ 320 mil por unidade não representa excesso, mas sim um investimento justo e proporcional às necessidades específicas das pessoas com deficiência. “A AMDF reitera seu compromisso com uma política pública de habitação inclusiva, digna e em conformidade com os direitos humanos e a legislação brasileira”, diz Khelly Corrêa, que em maio esteve com o secretário de Urbanismo e Habitação, Matheus Barros, que chegou a apresentar uma espécie de “pedra fundamental” para quando as obras se iniciarem, baseadas no Condomínio do Idoso, inaugurado em 2010 e hoje com 74 apartamento de 45 metros quadrados, destinado prioritariamente para o acolhimento de pessoas com 60 anos ou mais em situação de vulnerabilidade social.
“Na ocasião, nos foi apresentado [pelo titular da Seurbh] o material que será utilizado na construção dos imóveis que farão parte do nosso projeto. Trata-se de um tijolo de 2 furos, cujo tecnologia utilizada propicia que a edificação mantenha o calor em seu interior durante os dias frios, ao mesmo tempo que se conserva fresquinha nos dias de calor”, informa o site da entidade, que ratificou o compromisso da administração com a conclusão do projeto.
Foto: Reprodução/AMDF
