Quem vai ser punido?

No Dia Nacional do Pau-Brasil, a descoberta da perversidade do corte da árvore símbolo do país (acima, em foto de 2020), cometida durante a gestão anterior onde se constrói hoje o eixo monumental
O Brasil comemora hoje o Dia Nacional do Pau-Brasil, a árvore de resina vermelha que originou o nome do país e se tornou seu símbolo. A data foi instituída em 1978 pela lei federal nº 6.607, que definiu a espécie como Árvore Nacional. A lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 prevê detenção de 1 a 3 anos e multa para quem cortar um pau-brasil.
A lei, porém, não é cumprida em Maringá, onde um pau-brasil desapareceu do dia para a noite no Centro de Convivência Comunitária Renato Celidônio, atualmente em obras do eixo monumental. Aparentemente, uma afronta consciente, eis que o local fica próximo ao Ministério Público e ao Fórum, responsáveis pela fiscalização e aplicação das leis.
Em abril de 2000, quando o Brasil comemorava os 500 anos de descobrimento, a administração de Maringá marcou a data plantando um pau-brasil na chamada praça da prefeitura. Com os tijolos isolados, além da árvore foi colocada uma placa de metal, explicando a importância da homenagem, uma forma de preservar o verde que garante a nossa qualidade de vida.

Em 2019 a árvore colocada pela prefeitura secou, mas com a informação veiculada aqui houve o replantio, com uma bonita muda. Em 2020 faltava apenas restaurar a placa, parcialmente danificada. Eis que agora, com as obras do eixo monumental em andamento, descobre-se que houve um crime ambiental, uma maldade, e que o pau-brasil não está mais lá.
O novo desenho do piso da praça manteve o local onde ela estava plantada, mas é uma árvore de outra espécie que lá está e, claro, sem a placa nem seu suporte colocado há 25 anos. A atual administração não sabe o que aconteceu, quem cortou a árvore nem onde foi parar a placa.

Estima-se que o pau-brasil foi cortada até 2023, ou seja, na gestão passada, na mesma que foi aprovado o projeto de um eixo monumental que reduziu a área verde na praça da Catedral, aumentando as áreas concretadas e reduzindo o espaço para atividades religiosas externas da Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Glória, como missa campal e enfeite da avenida Tiradentes.
Aguarda-se agora que as autoridades da área do meio ambiente, em especial o MPPR, investigue quem foi o responsável pelo corte da árvore e peça a aplicação da lei, que deve valer para todos.
Fotos: MN/Arquivo
*/ ?>
