Futebol, política e religião


Não me deixo levar por jogadores da política, que abusam dos nomes de Deus e Jesus, muitas vezes apenas da boca para fora
Desde de criança ouvia que não se discute futebol, política e religião. Discordo, a não ser que o verbo discutir seja no sentido de exaltar-se, brigar. Discutir, como apresentar questões acerca de, analisar conversando civilizadamente, é salutar para o nosso crescimento, se respeitarmos os posicionamentos contrários. Gosto de conversar sobre os três assuntos e começo pelo futebol.
Comecei a me interessar aos 6 para 7 anos, frequentando o campo de sítio do bairro onde morava, e na escola primária. Jogávamos com ‘bola de meia’, de ‘capotão rasgado’, qualquer coisa redonda, servia de bola. Joguei de centroavante, caindo pela meia direita, ora pela meia esquerda, nunca fiquei parado no centrão, como um sanguessuga, nem pelas extremas.
Como torcedor, aos 10 anos comecei pela Prudentina de Presidente Prudente. Mas ao mesmo tempo torcia para o Santos de Pelé , menos quando jogava contra o time de Prudente. Torcia por um empate, ou que a Prudentina perdesse de pouco, pois ganhar do Santos era impossível. Após uma goleada de 8 a 1 e passei a não gostar tanto do time da Vila. E 1966 tive motivos para torcer pelo o Palmeiras, meu único time desde o fim da Prudentina, em 1967.
Discuto futebol sem fanatismo, respeitando os de outros times. Não brigo e evito brincadeiras ofensivas. Não entendo como alguém, pode agredir e até matar outra pessoa só porque torce para time diferente.
Conheci a política na eleição presidencial de 1960, que teve como candidatos Jânio Quadros , pela coligação (PTN/UDN/PR/PL/PDC) Marechal Lott (PSD/PTB/PST/PSB/PRT) e Adhemar de Barros (PSP).Na época o candidato a vice era votado, e acabou ocorrendo que o vice eleito com Jânio Quadros, foi João Goulart, que era candidato da chapa do Marechal Lott.
Lembro do jingle de Janio:”Varre, varre, vassourinha… A música possuía apenas uma estrofe, que repetida duas vezes: Varre, varre, varre vassourinha! Varre, varre a bandalheira! Que o povo já ‘tá cansado; De sofrer dessa maneira Jânio Quadros é a esperança desse povo abandonado! Jânio Quadros é a certeza de um Brasil, moralizado!(…)
Jânio , em menos de um ano de governo renunciou e de toda confusão gerada, a partir daí, resultou o golpe militar de 64 e 21 anos de um regime, digamos, não lá muito democrático, com alguns períodos em que a liberdade de expressão, direitos individuais, ficaram bastante prejudicados. Com pouco espaço para aprofundarmos damos um salto no tempo para 2017 a 2025, dizendo que discutir política, para muitos, virou realmente caso de brigas, ofensas. Não ser extremista, não ser bolsonarista, nem lulista/petista, exige um exercício de habilidade e racionalidade, nunca antes vistas na história deste país, diria Lula. Mas um dia conheceremos a verdade e verdade nos libertará, parodiaria Bolsonaro, citando uma passagem evangélica. Há quem não acredite, outros dizem que não houve nova tentativa de golpe, mas pedem anistia.
Concluindo, falemos de religião: Considero-me um praticante do cristianismo, que tem pleno conhecimento dos ensinamentos do Mestre de Nazaré, Jesus. Digo que sou um ‘praticante amador’, pois conhecendo os ensinos do Cristo, resumidos em duas frases: Amar a Deus acima de qualquer coisa e ao próximo como a si mesmo, ainda não consigo praticá-los plenamente. Amar a Deus é praticar os 10 mandamentos, recebidos pela mediunidade de Moisés. Amar a si é cuidar do corpo físico, da saúde mental, também. Amar ao próximo a fazer pelos outros tudo que gostaríamos que fizessem por nós, caso precisemos. E não fazer para o próximo nada que não gostaríamos que fizessem contra nós.
Fui católico até os 45 anos e desde lá me identifico com a filosofia espírita. Não me deixo levar por jogadores da política, que abusam dos nomes de Deus e Jesus, muitas vezes apenas da boca para fora.
Futebol, política e religião se discute racionalmente.
Imagem criada por IA