Em defesa da Lei Seca

Vice do Sinepe defende manutenção da lei que proibe venda de bebidas alcoólicas perto das faculdades.

Atualizado – O vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos do Ensino Particular do Norte do Paraná, Wilson de Matos Filho, posicionou-se hoje contra tentativa de derrubar a lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas perto das faculdades. A lei, que entrou em vigor há menos de dois meses, pode ser revogada por iniciativa do vereador Evandro Junior; o projeto deverá ser votado nesta terça-feira. Segundo ele, é incoerente que alguns vereadores tentem reverter uma decisão tomada pelo Legislativo em 2008, indo contra os interesses de vários setores da sociedade que se posicionaram favoráveis à lei. Lembrou que a própria Federação Nacional de Hotéis, Bares e Similares tentou sem êxito conseguir uma liminar, por meio de uma Ação Direta de Inconstitucinalidade
“Como as medidas judiciais mais urgentes não foram aceitas, nos parece que o sindicato da categoria busca agora uma medida política para reverter a lei”, comentou Wilson Filho, para quem a proibição da venda de bebidas alcoólicas perto das faculdades evita que muitos estudantes sejam atraídos para a bebida. Ele lembra que uma pesquisa realizada pela Unesco entre 2004 e 2006 apontou que mais de 40% das escolas reclamam da presença de bares em suas proximidades, embora esta seja uma realidade no Brasil. “É inadmissível que existam bares perto de escolas, pois eles servem como atrativo para a ausência dos alunos às aulas”. Ele observa que, “enquanto existem políticas publicas procurando contribuir para a melhoria do ensino nas escolas, o que se vê é que fora delas a venda de bebida é facilitada, muitas colocando o produto até em frente aos portões de acesso ao estabelecimento”. Reforçando ainda seus argumentos, ele lembra outra pesquisa realizada pela Secretaria Nacional Antidrogas, mostrando que 26% dos adolescentes do Brasil, entre 14 e 17 anos, já consumiram bebidas alcoólicas em excesso e que, entre os adultos jovens que bebem em demasia, o consumo começou por volta dos 15 anos.
É importante ainda perceber, de acordo com Wilson Filho, que é pró-reitor de Administração do Cesumar, que os bares no entorno das faculdades acabam muitas vezes se tornando o epicentro de ocorrências policiais.  “O Conselho  Brasileiro sobre Políticas Públicas do Álcool aponta que a população jovem é vulnerável e que a redução da densidade de pontos de venda de bebidas é eficiente para coibir o uso de álcool nesta população”, concluiu.