
Recebi uma comunicação de que estavam à minha disposição cerca de R$ 67 mil referentes a um seguro antigo cujo, valor que nos seria restituído. “Macaco velho”, percebi se tratar de 171, surrado recurso usado por estelionatários que, dependendo do incauto, por vezes daria resultado – para os sabidões. Claro que deveria depositar cerca de 5% desse valor na conta de uma tal de PPSB – Previdência Privada e Seguros do Brasil (sigla de partido político). Foram fornecidos quatro números de telefone – imaginem de onde – Fortaleza(CE). Chamei para os quatro, que naturalmente não atenderam, mas registraram a minha chamada em Bina. Logo em seguida, recebi um telefonema de um doutor de lá. Daí para frente, gravei todos os contatos, tendo o cuidado também, através do Bina, de obter o número do telefone que chamou, naturalmente nenhum dos quatro fornecidos. Foi um trabalho danado!
Hoje pela manhã, usando as minhas prerrogativas de cidadão, visando alertar as autoridades sobre o fato, fui à Delegacia de Estelionato munido de todas as fitas e do expediente recebido. Qual foi a minha surpresa, quando o funcionário da especializada se recusou a receber a denúncia, alegando que somente se poderia registrar a ocorrência se eu tivesse enviado a tal quantia pretendida e tivesse sido lesado. Frustado, coloquei o “rabo entre as pernas” e voltei para casa ciente de que nesse país vamos continuar a ser vítimas de espertalhões. Pobre Brasil, pobre povo brasileiro. Até quando vamos aceitar passivamente o avassalador crescimento da impunidade?
Edmundo Albuquerque