Ivana Veraldo

Violência nas escolas

Quando ocorrem episódios tão trágicos de violência, como o que ocorreu em Realengo no Rio de Janeiro, há uma tendência a eclosão de reações imediatistas e repressivas. Como eu afirmei em outro post, parece que é preferível reagir ao choque a prevenção dos males. Até porque, quando males ocorrem, são visíveis; quando são prevenidos, nunca se sabe das ações de prevenção. O projeto da deputada Cida Borghetti e aquele que tramita no Senado são exemplos de ações imediatistas repressivas. Nós, educadores, optamos pelas ações preventivas na escola e no seu entorno, bem como apontamos soluções macro estruturais como: oferta de uma educação de melhor qualidade, mais empregos, melhores serviços de saúde, mais opções de lazer e espaços alternativos para interação social.

Ivana Veraldo

Contra a reclusão por bullying

Enquanto alguns educadores e políticos propõem que o bullying seja considerado crime com previsão de pena de um a quatro anos de reclusão, além do pagamento de multa, a Comissão de Direitos Humanos do Senado concluiu, na última segunda-feira, que a melhor forma de evitar o problema é abrir os portões das escolas para a comunidade. O anteprojeto que prevê as punições será submetido, em 6 de maio, a aprovação da Promotoria da Infância e Juventude do Ministério Público. Depois, encaminhado ao procurador-geral da República que deve enviar o texto a um deputado federal. Mesmo com a posição contrária da Comissão, o projeto pode ser aprovado e virar lei.

Ivana Veraldo

Punição para estudantes que desrespeitarem professores

A deputada Cida Borghetti (PP-PR) apresentou à Câmara projeto de lei 267/11 que estabelece punições para estudantes que desrespeitarem professores ou violarem regras éticas e de comportamento de instituições de ensino. O estudante infrator ficará sujeito a suspensão e, na hipótese de reincidência grave, encaminhamento à autoridade judiciária competente. A  proposta muda o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), incluindo o respeito aos códigos de ética e de conduta como responsabilidade e dever da criança e do adolescente na condição de estudante. O projeto será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Educação e Cultura e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Ivana Veraldo

…”segurança pública” no currículo escolar

José Sarney, logo após a tragédia do Realengo, sugeriu “segurança pública” no currículo escolar. Todas as vezes que uma questão social não é resolvida aparecem os “educadores” de plantão sugerindo que o tema seja ensinado nas escolas. Assim, o calendário escolar será paulatinamente preenchido por temas considerados urgentes e os conhecimentos científicos serão cada vez mais secundarizados.

Ivana Veraldo

O espetáculo do mal

Depois do episódio do Realengo o tema violência escolar está na pauta do dia. Mais especificamente o bullyng. Ocorreram muitas reações à tragédia e medidas foram anunciadas. Aliás, nossa sociedade prefere reagir ao choque à prevenção do mal. Até porque, o mal e a reação a ele são fenômenos visíveis (sensacionalistas) e a prevenção não dá ibope aos políticos. Logo o espetáculo esfria e todos esquecem que para evitar que se repita é preciso mais do que medidas repressivas ou de segurança.

Ivana Veraldo

A família pós-moderna no Café Cultural

No próximo dia 13, quarta-feira, às 20h na Casa de Bamba, farei uma breve exposição sobre “A família pós-moderna”. O tema “família” é muito focado, mas devemos superar o senso comum. A partir da Constituição Federal de 1988 a “família” ganha novas dimensões. O reconhecimento dos direitos da mulher; o reconhecimento dos direitos das crianças, adolescentes e idosos e o reconhecimento dos direitos (e das responsabilidades) dos diversos formatos de famílias geraram uma reafirmação dessa instituição como pilar básico da sociedade, que deve ser protegida pelo Estado e ser alvo de políticas sociais. As transformação da sociedade pós-moderna (reestruturação das relações de trabalho e mudanças culturais) impactaram a vida familiar. Essas questões serão tratadas na conversa de quarta-feira através de imagens, letras de músicas, referências a programas de televisão, filmes, etc.

Ivana Veraldo

Reforma vai prolongar o ensino médio noturno

Hoje, o ensino médio noturno dura três anos. Poderá durar quatro, caso as novas diretrizes para essa etapa da educação básica sejam aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). A votação da reforma estava marcada para o último dia 6, mas foi adiada. O ensino médio noturno será ampliado sob o argumento de que sua carga horária é inferior à carga do oferecido no diurno. A reforma visa também estabelecer para todo o ensino médio um currículo mais flexível e mais autonomia para as escolas. Essa é a etapa da educação básica com os piores índices de rendimento no Brasil. Cerca de 8,3 milhões de alunos matriculados com taxa de reprovação de 13,1% e de abandono d e 14,3%. Muitos jovens de 14 a 16 anos que freq?entam o ensino médio noturno já estão inseridos no mercado de trabalho e, é esse o maior motivo da reprovação e do abandono. Penso que essa reforma não se refletirá positivamente nos índices de desempenho caso não sejam efetivadas políticas que reduzam a necessidade desses jovens se inserirem tão precocemente no mercado de trabalho.

Ivana Veraldo

Plano Nacional de Educação

O projeto de lei sobre o Plano Nacional de Educação (PNE), proposto pelo governo federal está tramitando na Câmara dos Deputados desde dezembro do ano passado. Ele estabelece as metas educacionais que os governos municipais, estaduais e federal deverão cumprir até o fim da década. No caso do percentual de verbas da educação em relação ao PIB, a proposta prevê um aumento de 5% para 7% até 2020. É muito pouco! No mínimo deveria ser 10% do PIB, para que seja possível enfrentar os grandes desafios educacionais. Além disso, o plano não traz a previsão de diagnóstico, de mecanismos de controle, de monitoramento e não prevê avaliação sistemática. Nos debates estabelecidos com os profissionais da educação, na fase da elaboração da proposta, essas questões já haviam sido apontadas, mas, parece, que foram “esquecidas”.

Ivana Veraldo

Sobre tarefas escolares

As tarefas escolares não devem ser encaradas como algo negativo. Elas objetivam fixar conteúdos programáticos, verificar aprendizagem, identificar dúvidas, desenvolver senso de responsabilidade, formar hábito de estudo aut?nomo, enfrentar o desafio de não ter a parceria do professor e dos colegas e também fortalecer a intersecção de dois universos: casa e escola.

Ivana Veraldo

Bom professor: dom ou boa formação?

A Revista Nova Escola on line publicou matéria com objetivo de derrubar o mito de que para ser um bom professor é preciso ter dom e vocação. Para isso expõe o argumento, com o qual concordo radicalmente, que proclama a docência não como uma capacidade inata, mas sim uma carreira que, como outras, pressupõe esforço pessoal e formação que possibilitem o domínio de aspectos teóricos e práticos ligados à aprendizagem. Um dos grandes desafios do país é a revalorização da carreira docente – com bons salários e condições de traba lho dignas para os educadores. Para que isso ocorra, é necessário que todos tenham acesso à formação inicial e continuada de qualidade. Só com estudos constantes, planejamento e dedicação, é possível ser um bom professor. Não é admissível que alguém lecione apenas porque gosta de crianças ou acredita que leva jeito. A docência exige conhecimentos científicos.

Ivana Veraldo

A mania dos adesivos de “família feliz” para carros

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Pai, mãe, filhos, avós e até animais de estimação representados por simpáticos bonequinhos sugerem a felicidade e a união familiar. A moda dos adesivos incorpora diferentes tipos de famílias, além das tradicionais formadas por pai, mãe e filhos. Peritos da área policial afirmam que os adesivos não apresentam risco à segurança. O risco maior esta na exposição de informações pessoais nas redes sociais. A moda reafirma a família como unidade fundamental da sociedade, apesar das transformações pelas quais passou nas últimas décadas. O mercado capitalista reafirma a família como consumidora de produtos, no caso os adesivos, e para isso que ela é alvo de campanhas como essa, que revela um modismo esporádico idealizado.

Ivana Veraldo

Prova Nacional de Concurso para o Ingresso na Carreira Docente

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) desenvolveu uma proposta de referência para a Prova Nacional de Concurso para o Ingresso na Carreira Docente a partir de estudos sobre o perfil desejado para os professores da educação básica brasileira. A função do exame, segundo o Inep, é a de ajudar Estados e municípios a fazer uma seleção de profissionais de qualidade, mas, a preocupação dos especialistas é a de que a prova seja utilizada para avaliação de rendimento do professor e elaboração de rankings. A Prova não deve eliminar a necessidade de pagamento do piso salarial e a oferta de um plano de carreira atraente, condições essenciais para a qualidade do trabalho. A portaria que regulamenta a prova foi publicada no início de março e a p rimeira edição do concurso nacional ocorrerá em 2012.

Ivana Veraldo