Opinião

Sete homens e um destino

De José Luiz Boromelo:
A população da Cidade Canção foi mais uma vez brindada com acontecimentos políticos dignos de um bom roteiro de Hollywood. Os legítimos representantes do povo resolveram legislar em causa própria, a despeito das inúmeras demonstrações de desagrado por parte dos eleitores, com respeito a decisões que se mostraram essencialmente corporativas. O imbróglio do aumento dos subsídios dos parlamentares municipais se arrasta há um bom tempo, e apesar das pressões de entidades, grupos organizados de diversos segmentos da sociedade e dos cidadãos comuns que demonstraram sua indignação, fez-se a vontade da maioria dos edis maringaenses. A votação da referida matéria acabou com um empate de 7 a 7, restando somente ao presidente daquela casa legislativa a decisão final. Porém, de maneira inesperada e fazendo uso das prerrogativas que o regimento interno lhe proporciona, manteve-se “em cima do muro”, preferindo abster-se de externar sua posição. Em outras palavras, sua inexplicável omissão foi decisiva para que o projeto de lei fosse aprovado.Continue lendo ›

Um projeto para governar Curitiba

De Roni Barbosa, um dos nomes cotados para vice de Gustavo Fruet:
O desafio petista para as eleições de 2012 em Curitiba está só começando. Após extenso debate entre a militância do Partido, adotou-se a tese de coligação com o PDT para esta disputa eleitoral. Este fato consumado resulta na grande chance dos curitibanos conhecerem de perto o modo petista de governar. Uma nova Curitiba urge. Para isso será necessário enfrentar um grupo político que há décadas administra a cidade revezando nomes, mas sempre mantendo a mesma forma de pensar, governar e privilegiando os mesmos interesses. Lerner, Taniguchi, Richa, Derosso, Ducci, são peças inseparáveis deste quebra-cabeça e deste pensamento único que no Paraná vendeu o Banestado, tentou privatizar a Copel e em Curitiba mantém caixas-pretas como a Urbs, o Instituto Curitiba de Informática e os radares, no já famoso contrato com a Consilux. Leia mais.

Desobedecer, caminho espiritual

Do padre Marcelo Barros, na Adital:
É surpreendente dizer que a desobediência pode ser uma atitude espiritual profunda porque comumente as religiões e autoridades sempre insistiram na virtude da obediência. É verdade que quando, no final da guerra, ex-oficiais alemães afirmaram que tinham cometido genocídios por obediência, a sociedade internacional declarou que eles deveriam ter desobedecido a ordens injustas e assassinas. Atualmente, em Israel, jovens recrutados ao serviço militar obrigatório se negam a combater palestinos. Nos Estados Unidos, negros e índios se negam a ir fazer guerra em outros países do mundo. Essas pessoas e grupos religiosos ou não que se negam a pegar em armas invocam um direito individual, assegurado pela ONU: o direito de objeção de consciência. Em vários países, a objeção de consciência é direito civil, reconhecido por lei. No Brasil, a Constituição garante aos jovens brasileiros o direito de fazer um serviço civil no lugar da prestação ao serviço militar obrigatório. Entretanto, as leis complementares ainda não foram sancionadas. Por isso, esse direito ainda não pode ser plenamente exercido e poucos brasileiros têm consciência de que têm essa liberdade de consciência. Leia mais.

Deixando a desejar

De José Luiz Boromelo:
O número de linhas da telefonia celular em uso no Brasil dobrou nos últimos quatro anos, indo de 126 milhões em março de 2008 a 251 milhões em março deste ano. A rede atual equivale a 128 linhas para cada 100 habitantes, como mostram os dados divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Uma das consequências dessa popularização foi a redução do interesse pelos telefones fixos.
Esse crescimento trouxe uma infinidade de problemas que vem atormentando o usuário brasileiro. O “apagão” na telefonia móvel (que inclui voz e transmissão de dados) ocorrido recentemente apenas reforça a sensação que a coisa vai de mal a pior: os problemas na infra-estrutura mostram que há muito a ser investido na área de telecomunicações, evidenciando a má qualidade na prestação desse tipo de serviço no país, sem expectativas de uma mudança significativa em curto e médio prazo.Continue lendo ›

Os animais e nós… humanos

De Luiz Carlos Rizzo:
Concordo – e aplaudo – o texto de Solano Rossi ao condenar a decisão dos vereadores maringaenses que aumentaram seus salários para R$ 12.500,00. Com penas uma ressalva:
Os vereadores maringaenses deram, sim, um tiro no pé, mas não se animalizaram. Os animais, dito irracionais, são os únicos que não possuem ações destrutivas contra si e contra os outros, a não ser em legítima defesa pelo instinto de sobrevivência física.
Analisando bem, os animais – dito irracionais – estariam num plano de inteligência superior ao nosso, que somos qualificados como humanos: os animais não possuem sentimentos negativos, que carregamos dentro de nós: vingança, ressentimento, ódio, raiva, desejo do mal para o outro.Continue lendo ›

Sobre a decisão dos vereadores maringaenses

Do professor e escritor maringaernse Luiz Alexandre Solano Rossi:
Envergonhado! Amanheci envergonhado com sete dos nossos vereadores. Mas não é uma vergonha que se apresenta pelo simples fato de serem péssimos vereadores. Disso provavelmente todos nós já sabíamos. A vergonha se torna gigantesca ao constatar que além de péssimos vereadores são também péssimos representantes da raça humana. O ser humano é o único organismo vivo capaz de se desconstruir. E entre eles um se destaca por ser o líder e, nesse sentido, o presidente da câmara perdeu, talvez, a única oportunidade de fazer algo digno em sua vida política. Ao abrir mão de votar e decidir pelo bem e pela ética ele se aliou ao que de mais injusto existe na natureza humana. Ao negar o bem, ele catalizou o mal que estava em todos os outros e se tornou a besta do apocalipse moderno. Bestializou a si mesmo e, com isso, perdeu a honra que compete a todo ser humano. Desonrou toda uma cidade. Levou desonra aos seus antepassados e maculou a alma do ser humano. Ele, junto com todos os outros que votaram a favor dos supersalários, animalizaram-se ao agir como predadores numa sociedade que deveria ser fraterna.

Como justificar a falta de voto?

De José Fuji:
Os sete vereadores com a sua postura e atitude favoráveis, com as suas convicções, poderão ir às suas bases justificar os seus votos a favor aos $uper$alários de mais de R$ 12 mil. A outra metade, mais sete vereadores, também poderá explicar por que é contra o aumento e, afinal, votou em favor da vontade popular. Agora, a decepção ficou por conta do presidente Mário Massao Hossokawa, que poderia ter desempatado a votação e não o fez. Ele não pode justificar o seu voto nem a si próprio, imagine ao povo e aos seus próprios eleitores cativos. A falta de voto soa como sua sentença final, o tiro da misericórdia, haja vista um triste final de mandato, depois de mais de não sei quantos mandatos de vereador, vice-prefeito, prefeito, e tem uma atitude tão incoerente: foi a um veículo de comunicação, a RPCTV, e diz ser contrário ao aumento dos $upe $alarios e tem uma atitude e postura altamente distorcida e equivocada, em dizer que se abstém do voto! Não dá para entender. Por isso entendo e a cada dia fica mais claro que as “mudanças são imprescindíveis”!

A vontade da população embaixo do tapete

De Paulo Vidigal:
Alguns vereadores parecem acreditar que o eleitor não tem memória. De fato muitas pessoas não estão nem aí para nada. Pensam que as coisas são assim mesmo e pronto. Não se preocupam em acompanhar o que acontece na política de sua cidade. Essa postura acaba contribuindo para que as coisas continuem do jeito que estão. Aqueles políticos que não tem nenhum comprometimento com a coisa pública estão plenamente satisfeitos com isso. Devem estar comemorando o dia de hoje. O dia em que mais uma vez a vontade da população foi colocada embaixo do tapete…

Tamos fora!

De leitor da área:
De acordo com o projeto de autoria do vereador Heine Macieira, a Câmara Municipal de Maringá somente poderá contratar jornalistas com diploma de… jornalismo. Eis alguns dos jornalistas maringaenses que exercem a profissão legalmente por estarem habilitados desde período anterior à regulamentação da profissão, todos eles com experiência comprovada por décadas, passagens por grandes jornais do Brasil e pelos principais jornais do Paraná: Ângelo Rigon, Luiz Carlos Rizzo, Henri Jean Viana (Francês), Manoel Messias Mendes, Rogério Recco, José Antônio Moscardi…
De fora do Paraná, por não serem portadores de diploma, embora jornalistas competentes e experientes, também não seriam contratados: Boris Casoy, Paulo Henrique Amorim, Joelmir Betting, Miriam Leitão, Pedro Bial, Caco Barcellos, William Bonner (editor do Jornal Nacional), José Hamilton Ribeiro (prêmio Esso de Jornalismo), Ricardo Kotscho (prêmio Esso de Jornalismo), os irmãos Francisco e Germano de Oliveira (maringaenses, ex-Estadão e também ganhadores do Prêmio Esso de Jornalismo). Todos eles, sem distinção, exercem a profissão por reconhecimento legal do Ministério do Trabalho e vão se aposentar como… jornalistas… Quanta gente boa, competente, experiente e legalmente habilitada ficaria de fora da assessoria de comunicação da Câmara Municipal de Maringá por causa do projeto do líder do prefeito!

Supersalários e a manipulação da ingenuidade do povo

De Maria Newnum:
Importante que não se esqueça do contexto que antecedeu o aumento dos subsídios dos nobres vereadores de Maringá. Havia um movimento que desejava a recomposição do número das cadeiras do Legislativo para 23, acompanhado a regra aplicada para cidades de até 350.000 habitantes. O mesmo movimento era a favor da redução do orçamento da câmara de 5% para 3%, garantindo assim, que não houvesse gastos exorbitantes. Ora, como adquirir a maioria para aprovar seus interesses com 23 vereadores é mais difícil do que com 15, vossa majestade tratou logo de mover céus, terra e a imprensa, para colocar o povo contra a recomposição. Ao fim e ao cabo, os 11 vereadores súditos do rei, como sempre, votaram como foi ordenado. Leia mais.

Dinor e Os Vingadores

Ao comentar o filme Os Vingadores em seu blog, Dinor Chagas comenta sobre os óculos 3D ensebados e a grandiosidade da produção. Mas diz que quem rouba o show é o Hulk. “Sem comprometer a história e mencionando o que nem de longe pode ser considerada sinopse, uma cena muito legal, quase no final, é quando o Dr. Bruce Banner, ao chegar à cena de batalha numa imitação bem sem vergonha de motocicleta, e o Capitão diz-lhe, que ali, naquele fuzuê dos diabos, seria uma boa hora para ficar zangado. – Esse é o meu segredo, Capitão… Eu sempre estou zangado!”. Leia mais.

Insubordinação

De José Luiz Boromelo:
Numa entrevista recente a uma emissora de rádio da capital paranaense, o governador do Estado fez uma polêmica declaração. Sem se importar como suas conjecturas de cunho estritamente pessoais seriam interpretadas, afirmou que os policiais militares não precisam de curso superior e que “uma pessoa com curso superior muitas vezes não aceita cumprir ordens de um oficial ou um superior, uma patente maior”. E completou convicto, com a sabedoria proveniente de sua longa e profícua experiência político-administrativa, que aqueles com uma maior qualificação profissional, os diplomados, estão mais propensos à insubordinação hierárquica que os demais. Improcedente essa tese estapafúrdia lançada pelo chefe do Executivo estadual. Continue lendo ›

O sindicalismo do atraso

De Fernando Alves de Oliveira:
Ao redor de mais um primeiro de maio, trava-se disputa entre as duas mais importantes centrais. Antes, de bastidores. Agora, de domínio público. A CUT procurando defender a substituição da atual contribuição obrigatória pela “negocial”. Em verdade, troca não de seis por meia dúzia, mas por dúzia inteira, face ao valor muito mais elevado. Aliás, prova muito mais consistente do que essa marqueteira “renúncia financeira” -de propósito não outro senão o de deixá-la propositalmente se esboroar ao vento- seria a devolução dos milhões recebidos desde 2008 da partilha com o Ministério do Trabalho, que por sua vez divide com as centrais a metade do que lhe cabe do rateio do bolo sindical. E sem nenhuma fiscalização do TCU, como impôs o paizão Lula, que, além da generosa concessão, fez questão de vetar o artigo da lei dessa destinação. Este sim seria um significativo exemplo de abjuração…Continue lendo ›

PT, o que você virou?

De Avanilson Araújo, presidente do PSTU:
Ainda no final dos anos 80, mais exatamente em 89, tive contato mais próximo com o PT na campanha emocionante de Lula contra Collor. Naquele momento uma galera acreditava que iríamos tomar o poder e construir o socialismo. Naquela época ainda era comum que todo mundo que militava em algum lugar, seja no sindicato, na Igreja, no bairro, fosse depois para o PT. Lembro que sai da Pastoral da Juventude para ir militar no PT e atuar no bairro que morava em Minas Gerais. Depois o PT foi se transformando cada vez mais rápido e passando a fazer coisas que a turma mais à esquerda se perguntava, onde vai dar isto? Leia mais.

Temas para 21 de Abril: desigualdade, pobreza, cidade…

Da professora Ana Lúcia Rodrigues:
Em primeiro lugar gostaria de dizer que tenho muito respeito pela pluralidade de opiniões porque acredito na democracia e na garantia das liberdades individuais. O problema é que a opinião da classe dominante sobrepõe-se às demais como se fosse a expressão consensual de todas, como se representasse todos os interesses de cada cidadão. Mas, isso é falso. A opinião que alcança o conjunto da população é forjada principalmente pelos meios de comunicação, cujos donos são representantes das oligarquias econômicas que comandam esse país desde 1500. Estes segmentos produziram a tragédia social brasileira que está ancorada na concentração do poder nas mãos dos proprietários da terra, dos bancos, das grandes corporações industriais e comerciais, dos meios de comunicação, das estruturas privadas nos campos da educação e da saúde. São estas as forças econômicas que mandam no país e que são, inclusive, as únicas responsáveis por cada injustiça social e por cada gota de sangue que essa injustiça produz principalmente por meio da sua maior expressão atual, a violência.Continue lendo ›

A Passeata dos Camisas Negras

De Luiz Modesto, na Folha de Maringá:
Sábado, 21/4, 10 da manhã, acontecerá a Passeata Contra a Corrupção em Maringá. Seria de muito bom tom e vinda em ótima hora, não fosse o intuito da turma que esta organizando o ato. Colocar tudo em um “pacote maldito” e dar o nome de corrupção, assim, generica e despropositadamente, sem nada objetivo, pode ser uma grande estratégia para acobertar os corruptores. O regime militar brasileiro e o fascista, italiano, foram especialistas em disfarçar violência, repressão e descaso à população com patriotismo, atos cívicos, desfiles e passeatas – parabéns galera espertinha da direita, aprenderam direitinho! Leia mais.

Tempestade em copo d´água

De José Luiz Boromelo:
É o que alguns presidentes de sociedades rurais de todo o estado fazem agora. Descontentes e inconformados com a instituição da ExpoLondrina como feira agropecuária oficial do Paraná, divulgaram um manifesto público em repúdio à aprovação da lei. A carta enviada ao governador cita o projeto de lei nº 945/11 e o classifica como um desrespeito às demais regiões com relevância no setor agropecuário. Até aí seria compreensível a posição intransigente da signatária-mor do referido documento, uma vez que não se pode privilegiar uma determinada região em detrimento de outras, reconhecidas como centralizadoras de investimentos nos segmentos de grandes cooperativas, serviços, indústria, comércio e outras atividades do agronegócio.
Ocorre que o aludido projeto de lei tramitou normalmente na Assembleia Legislativa do Paraná, os prazos regimentais foram cumpridos, a matéria aprovada por seus integrantes e enviada para sanção governamental. Continue lendo ›

Haverá enfim democracia?

De Maria Newnum, na Folha de Maringá:
Presidida pelo vereador Humberto Henrique (PT), a Comissão Especial de Estudos do Regimento Interno conseguiu aprovar em terceira votação as novas regras do Regimento Interno da Câmara Municipal de Maringá. Para quem não freqüenta as sessões, as novidades podem parecer triviais, mas, na verdade, elas representam avanços significativos para estabelecer o mínimo de democracia ante ao rigor imposto às manifestações de populares na Casa de Lei. Rigor esse, diga-se de passagem, não perceptível entre certos edis acostumados a se ausentarem antes do término das sessões, a faltas injustificadas e otras cositas mas… Leia mais.

A Líbia que eu tive sorte de conhecer

De José Gil de Almeida, em A Marcha Verde:
A Líbia de Kadafi era a verdadeira Líbia. A Líbia socialistas, libertária, revolucionária, era a Líbia de Kadafi. A Líbia de hoje é a Líbia dos traidores, dos ratos, dos mercenários pagos pelos EUA, Israel e corruptas monarquias árabes. A Líbia de hoje é um país dominado, ocupado por tropas de 40 países – governos subservientes e covardes, a serviço dos interesses estratégicos dos EUA e do sionismo internacional. Enquanto militares estrangeiros se banham nas águas do Mediterrâneo, aproveitam para roubar petróleo e gás natural da Líbia, com a irônica desculpa de “despesas de guerra”.
Viajei à Líbia 18 vezes. Três meses antes do início dos ataques aéreos da Otan que destruíram a maior parte da infraestrutura da Líbia, assassinando mais de 200.000 líbios, eu estava em Trípoli, participando de reuniões com membros da Associação dos Apoiadores do Livro Verde. Continue lendo ›

PDU, STJ e o incentivo ao estupro e à pedofilia

De Avanilson Araújo:
Estas duas siglas: PDU e STJ significaram nos últimos dias, o lado mais concreto do que são aqueles que aplicam o direito em nossa sociedade. A primeira delas, PDU – trata-se do Partido Democrático Universitário, um grupo político de direita, formado por jovens futuros advogados, promotores e juízes, estudantes de direito da UFPR. A segunda sigla trata-se do SJT – Superior Tribunal de Justiça. Um dos principais Tribunais do país. O PDU é motivo de repúdio pelo lançamento de uma cartilha machista que propunha, dentre outras coisas, a violência sexual contra as mulheres. Já no segundo caso, a situação é muito mais grave. O STJ absolveu recentemente um acusado de estuprar três meninas de 12 anos de idade, alegando que o fato não foi crime, afinal, as meninas, isto mesmo, meninas de 12 anos, seriam prostitutas e que, portanto, haviam consentido com a violência sexual que foi praticada contra elas.Continue lendo ›

As igrejas evangélicas e a incineração do lixo em Maringá

De Maria Newnum, na Folha de Maringá:
Cada voluntário no Fórum Intermunicipal Lixo e Cidadania, Maringá, Sarandi e Paiçandu tem empenhado tempo e energia para levar informações às suas comunidades de fé e sensibilizar os líderes a tomarem posição contra a incineração. Os voluntários da Igreja Católica Romana foram os primeiros a conseguirem apoio de suas lideranças e a saírem na frente na coleta de assinaturas para o Projeto de Lei de iniciativa popular contra a queima de lixo no município. A partir daí, surgiram os questionamentos sobre o posicionamento das igrejas evangélicas sobre esse tema que versa, especialmente, sobre a Oikós (casa) das atuais e futuras gerações de Maringá e as cidades em seu entorno. Segue um pequeno histórico dos contatos feitos. Leia mais.

Presídios vazios e escolas cheias

De Paulo Vidigal, em seu blog:
Vivemos, ou sobrevivemos, numa sociedade que literalmente tem um modelo econômico selvagem. Esse modelo tenta nos seduzir a acreditar que a felicidade pode ser encontrada no ter e não no ser. A aparência é tudo. Muitos são seduzidos e acabam por acreditar que a felicidade é simplesmente essa busca frenética, e a qualquer custo, de ser possuidor de determinado bem ou patrimônio. O carro do ano, o celular de última geração e por aí vai. Resultado está aí: alienação total, depressão e stress. Pessoas com salários comprometidos em empréstimos e dívidas. Mas o sistema, se alimenta do consumismo e está muito feliz com tudo isso. Leia mais.

Trânsito de Maringá

De Elton Julio:
Segundo o jornal O Diário de hoje, Maringá teve 1.512 internações em 2011 relativas à acidente de trânsito e liderou o ranking de internações de feridos no trânsito no Paraná. E depois o povo reclama de indústria da multa. Com pouca fiscalização está assim imagina se não tivesse. Na minha opinião deveria reduzir o limite de velocidade em todas as vias e fazer com que o motorista cumpra, além de investimentos em transporte coletivo e infraestrutura para bicicleta. As vias de Maringá viraram pista de corrida.

Sanepar aumenta lucro à custa do aumento da tarifa

De Avanilson Araújo:
A imprensa divulgou que a Sanepar teve um crescimento em seu lucro de 83%, faturando em 2011 o valor de R$ 249 milhões. Segundo, a própria imprensa este lucro teria sido o resultado do aumento das tarifas, a um programa de contenção de gastos e à volta do bom relacionamento com os demais acionistas. De fato a análise tem certa razão, afinal, em pouco mais de quatorze meses de governo, Beto Richa (PSDB) aumentou a tarifa de água e esgoto em mais de 32%, atingindo em cheio o bolso, de todos, mas principalmente dos trabalhadores que não tiveram sequer de longe índices parecidos em seus salários. Leia mais.

Silvio II deixa a prefeitura pela porta do fundo

Do leitor:
Silvio Barros II bem que está tentando fechar o governo com chave de ouro em todos os sentidos, se é que os leitores entendem. Mas logo se vê que sairá com a popularidade em baixa. Apesar dos 14 mil reais gastos diári(o)amente para convencer o povo das maravilhas de seu governo, ficou evidente na inaugurações da UPA nesse domingo que até mesmo os CCs o querem ver pelas costas e logo. A escassez de pessoas seria maior não fosse o número de simpatizantes do ministro e do deputado estadual Enio Verri, reporteres e manifestantes contrários à uisina de queima de lixo de Silvio II. Pois é, quem mexe com fogo…

A educação que vem do lixo

De Valkiria Trindade de Almeida:
Parece cena de desenho “trash”, um forno queimando: uma bicicleta velha, fraldas sujas, revistas, tudo que seja “descartável”! E lá longe no horizonte, uma coluna de fumaça enorme mudando a paisagem da cidade. Todos os símbolos da paisagem serão minimizados, a Catedral será apenas um detalhe na paisagem, o marco de referência será a “Coluna de Fumaça”, talvez passemos a ser chamados de cidadãos defumados e não mais maringaenses. Alergias de todos os tipos: respiratória, oftalmológica, dermatológica. O Ministério da Saúde virá investigar os elevados índices de mortalidade dos idosos e crianças, que morrem por conta da poluição. Roupa branca nunca mais! A fuligem será uma decoração permanente! Parece um pesadelo, dos mais temerosos. Provavelmente as modernas tecnologias não permitam a saída de fumaça, mas ainda não são capazes de controlar as POPs invisíveis que saírão e nem as cinzas que estarão impregnadas de toxinas e que poderão contaminar tudo. Geralmente o que não é visível é o mais letal! O mais triste é quando as criancinhas indagarem: quem teve essa ideia “brilhante”?
Certamente Jacques Cousteau deve estar se revirando no céu ambiental.
E, infelizmente, uma das melhores ferramentas de conquista para a cidadania, estará enterrada: A Educação Ambiental. Pois com esse “forno gigante”, não existe possibilidade de diálogo sobre o nosso modelo de sociedade. Não será mais necessário sensibilizar nossas crianças e jovens sobre a efêmera felicidade do consumo. Nem, como é importante reconstruir novos padrões de moradia, de plantio, de relações sociais. Vamos nos preocupar apenas em gastar, já que o fornão vai dar conta de tudo!
Não existe uma data específica sobre a origem do lixo. Muitos acreditam que se trata de um problema da modernidade, matematicamente, com o advento da industrialização e do capitalismo, houve uma reestruturação dos modelos de consumo, a escala de produção muitas vezes quintuplicou e proporcionalmente os resíduos também! Isso é inquestionável! O que trazemos para a discussão é o destino dos resíduos. Sabemos até agora, que mesmo os melhores aterros sanitários possuem saturação. Um exemplo próximo é o Caximba, na região metropolitana de Curitiba (entre Fazenda Rio Grande e Araucária), que desde início da década de 1990 já ultrapassou todos os limites4. Nem os países desenvolvidos conseguiram solucionar todos os problemas de seus resíduos, então não é a solução mais imediata que irá dar conta. O que precisamos é olhar para os resíduos na coletividade, porque moramos na mesma casa, não dá para esconder embaixo do tapete, vai afetar a todos, seja a curto, médio ou longo prazo! Devemos olhar o lixo enquanto consórcio intermunicipal, num plano de sustentabilidade, especialmente em regiões conurbadas, como é o caso do Aglomerado Urbano Paiçandu-Maringá-Sarandi. As intervenções devem ser planejadas por uma equipe multidisciplinar que seja capaz de diagnosticar problemas e propor soluções. Equipe essa, proveniente de instituições de ensino superior (especialmente a UEM), que poderão de uma forma inteligente e eficaz traçar objetivos acessíveis, que possam dar conta das especificidades locais, sem querer importar modelos perigosos, que não se encaixam com a nossa realidade, já que vivemos num país tropical e a quantidade de precipitação, dependendo da época do ano é alta, o que geraria umidade elevada nos resíduos, provocando maior fragilidade no modelo incineração.
Uma solução que já existe, é o papel que os recicladores sociais possuem para a nossa comunidade, porque atendem a perspectiva socioambiental, ao mesmo tempo ajudam a selecionar os resíduos e passam gradativamente (com o auxílio da incubadora social) a estudar, a fazer cursos de informática, a se enxergarem como sujeitos novamente. Claro que ser reciclador não é uma opção de vida, porém em muitos casos é a única, já que vivem de certa forma, excluídos (pois não atendem as solicitações do mercado de trabalho – não vamos explicitar as fragilidades já conhecidas). Só quem conhece os programas de inclusão social que a UEM/Unitrabalho5 promove para essas pessoas, é que pode acreditar numa saída diferente! Sem demagogia, somente nos relacionando com os nossos resíduos é que iremos construir soluções ambientalmente corretas. Incinerar os resíduos é queimar também os valores sustentáveis que desejamos estabelecer nessa e para essa sociedade. É nosso dever cuidar do planeta para essa e para as futuras gerações!!!
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(*) Professora de Geografia e de Educação Ambiental

As coisas são piores do que se imaginava

De Maria Newnum sobre os falsos manifestantes (aqui, vídeo com sua fala no ato público de hoje):
Quero compartilhar a experiência que tenho tido no Fórum Intermunicipal Lixo e Cidadania. Comecei a participar no Fórum por minha própria conta como cidadã e depois, ao testemunhar nas reuniões do PV as questões levantadas lá, foi-me solicitado que passasse a atuar como representante do partido. Nesse tempo, vi o envolvimento de poucos partidos e as pessoas desses partidos eram e são em número pequeno, assim como o são os representantes das demais entidades. Percebi que as pessoas de partidos que acompanham o Fórum nunca falam de questões partidárias, ou tentam fazer algo que vá além da causa defendida pelo Fórum. Por isso, me senti absolutamente confiante em participar, trabalhar e me comprometer pessoalmente com as ações do Fórum; algo que não seria possível se percebesse que era um movimento somente partidário. Portanto, a invasão de falsos manifestantes de um partido na caminhada, além de ser de um amadorismo rasteiro, serve de alerta para toda a população de Maringá, no sentido de que se há esses esforços lamentáveis para desqualificar o trabalho do Fórum Lixo e Cidadania é porque as coisas são piores e mais perigosas do que a gente possa imaginar… Deus nos proteja e proteja a nossa amada Maringá. Deus recicla, o Diabo incinera…

A guerra santa começou?

De Maria Newnum, na Folha de Maringá:
Circula nas redes sociais e blogs da cidade que o prefeito de Maringá, de tão furioso ao saber do apoio da Arquidiocese ao Fórum Intermunicipal Lixo e Cidadania: Maringá, Sarandi e Paiçandu, chegou a dizer que travaria uma guerra santa contra a Igreja Católica.
Fiéis denunciaram no blog do Rigon que algumas missas foram gravadas depois que os padres passaram a informar sobre os danos da incineração e solicitar que cada fiel assumisse o compromisso de assinar o Projeto de Lei de Iniciativa Popular, proposto pelo Fórum Lixo e Cidadania, que visa impedir a queima de resíduos sólidos urbanos no município. Leia mais.