De Rudá Ricci:
A eleição de outubro será, por diversos motivos, algo inusitado na história democrática do país. Será plebiscitária, tendo Lula, o mais popular Presidente da República desde a redemocratização do Brasil, à frente. Também terá uma candidata da nova geração do PT disputando com um líder do PSDB paulista, facção que começa a ter esta geração sendo substituída por outra. Finalmente, terá dois candidatos com concepções de Estado e de gestão pública similares ou idênticas, com Estado orientador e forte, acordos formais com o alto empresariado, centralizadores e racionais.Por serem muito parecidos, a eleição plebiscitária gera um artificialismo eleitoral grave. Grave porque não facilita a vida do eleitor ou, antes, o infantiliza. Lulistas apostam neste infantilismo (o que, ademais, já ocorreu nas últimas eleições municipais de Belo Horizonte, onde um candidato artificial foi imposto pelo prefeito e governador), a partir de um passe de mágica em que o cidadão, ao ver Dilma Rousseff, enxerga Lula. E os tucanos paulistas apostam no confronto de dois programas que são, em tese, iguais. Vivemos o melhor do mundo…. da fantasia. Na íntegra.