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Educação

Conversa sobre a reforma

Brasílio Itiberê

A professora Ivana Veraldo conversa nesta tarde com alunos do Colégio Estadual Tomaz Edison de Andrade Vieira, no Conjunto Innocente Villanova Junior, e amanhã estará, às 15h, com estudantes do Colégio Estadual Brasílio Itiberê (foto), na Zona 2.
As duas instituições tiveram suas instalações ocupadas por estudantes, nos últimos dias, por conta da reforma do ensino médio, que o governo Michel Temer quer fazer por medida provisória.Continue lendo ›

Educação

A polêmica sobre o tamanho das turmas nas escolas municipais

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Por Ivana Veraldo :
Está causando controvérsia a decisão da Secretaria Municipal de Educação (Seduc) de aumentar o número de alunos das turmas da Rede de Ensino de Maringá. A Portaria no 126/2013 estabeleceu que o 1o ano terá 25 alunos, o 2o ano 30 alunos e o 3o, 4o e 5o anos 35 alunos. O Conselho Municipal de Educação, presidido por uma servidora da Seduc, Rosilene Nascimento Polizeli, reafirmou a decisão no dia 18.12.13. Os profissionais da educação, os alunos e os pais dos mesmos estão em polvorosa diante da normativa que fere a qualidade da educação, prejudica o aprendizado dos alunos e intensifica a exploração do trabalho dos professores. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maringá (Sismmar) já se posicionou contrário ao aumento do tamanho das turmas e pretende iniciar uma campanha em defesa da redução.Continue lendo ›

Opinião

Em defesa das eleições para diretores das escolas municipais

De Ivana Veraldo:
A gestão democrática do ensino público foi consagrada no inciso VI do artigo 206 da Constituição Federal e reafirmado pelo inciso VIII do artigo 30 da LDB/96. O Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação – projeto do governo federal que faz parte do Plano de Desenvolvimento da Educação, PDE – propõe a conjugação dos esforços da União, Estados e Municípios com as famílias para que seja implantada a gestão democrática nas escolas. Esse princípio parece ser, portanto, um consenso nacional! É defendido, inclusive, por campos ideológicos distintos: pelos neoliberais e pelos críticos da sociedade do mercado. Continue lendo ›

Ivana Veraldo

“Gente” não é novidade

A partir da sugestão de um leitor o Rigon postou aqui um vídeo sobre o projeto Gente – Ginásio Experimental de Novas Tecnologias Educacionais que será desenvolvido a partir de fevereiro de 2013 numa escola da favela da Rocinha no município do Rio de Janeiro. A proposta é apresentada como inovadora, mas de fato, não é. Sua base teórica é o Escolanovismo, tendência educacional que surgiu no início do século XX. Trata-se de uma reedição dessa pedagogia com novas roupagens, incorporando o Construtivismo e a tecnologia produzida hoje. Esse modelo já foi duramente criticado por educadores de peso no Brasil, como o professor Demerval Saviani. O leitor que fez a sugestão e o comentário de que Maringá deveria se apropriar da ideia conhece pouco o tema e embarcou num canto de sereia.
Ivana Veraldo

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Salman Khan no Brasil

A presidenta Dilma Rousseff e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, convidaram o professor americano Salman Khan a firmar uma parceria na realização de um programa pedagógico no país. O professor tornou-se famoso pelas suas videoaulas postadas na internet. Eles apresentam de forma didática conteúdos de várias disciplinas. A parceria visa traduzir e distribuir as videoaulas aos professores para que eles possam melhorar as aulas e, se quiserem mostrar aos alunos. Aqui no Brasil tem muito educador competente estudando nossos problemas educacionais e propondo soluções, mesmo assim, o governo vai aos EUA convidar o “sr. sucesso do momento” para coordenar programa de educação aqui… É pra morrer!!!
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GPS de humanos

A novidade vem sendo adotada no Brasil. É o Sistema de Posicionamento Global (GPS) utilizado em pessoas, principalmente em crianças, adolescentes, idosos e deficientes. Os aparelhos fornecem a localização, delimitam perímetros por hora do dia e enviam SMS e e-mail a destinatários predeterminados quando uma cerca virtual é pulada. Empresas brasileiras já vendem o equipamento e os preços vão de R$ 499 a cerca de R$ 800. Quando são pais “chipando” os filhos assistimos ao triste espetáculo da substituição das relações humanas pela tecnologia, principalmente na árdua tarefa de colocar limites. Mas, o GPS também é utilizado por razões de segurança. Há exageros, convenhamos!
Ivana Veraldo

Ivana Veraldo

Formação de diretoras municipais

A Secretaria de Educação (Seduc) ofereceu no segundo semestre de 2012 vários cursos para “capacitar” as diretoras dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) e das escolas municipais. Segundo notícia veiculada no Portal da Educação o objetivo era o de aproximá-las dos novos conhecimentos na área pedagógica. “Afetividade no fazer pedagógico”, “O líder e o tempo”, “A importância da comunicação no trabalho”, “Refletindo sobre o papel de cada um no ato de educar” e “Descritores da prova Brasil” foram alguns temas tratados. Para uma secretaria que se intitula adepta da Pedagogia Histórico Crítica os temas são dissonantes: priorizam o afeto em detrimento do conhecimento científico e valorizam a produtividade e não o processo de ensino-aprendizagem. Os cursos vão na contramão de uma educação focada na qualidade.
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A Seduc é eclética

Já denunciei a incompatibilidade entre os dois sistemas que serão licitados pela prefeitura em janeiro (Educação Financeira e Sistema Pedagógico baseado na Pedagogia Histórico Crítica). Não me surpreende saber que a rede de ensino municipal é eclética a ponto de misturar propostas educativas tão diferentes. Demerval Saviani, o formulador da Pedagogia Histórico Crítica no Brasil, ficaria bem incomodado caso soubesse que a mesma rede de ensino que afirma ter incorporado a sua proposta aderiu ao modismo da Educação Financeira. Não custa reforçar a minha tese de que é mais provável que a Seduc tenha aderido superficialmente a esse modelo pedagógico, não conhecendo de fato seus pressupostos teóricos. A educação de Maringá à deriva.
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Tirar férias

Carlos Drummond de Andrade escreveu uma crônica instigante sobre como a noção de férias está ligada a viagem, esporte, aplicações intensivas do corpo e quase nada de descanso. Ele mostrou que as pessoas durante esse intervalo executam aquilo que não puderam fazer ao longo do ano; ou seja, fazem “mais” alguma coisa, de sorte que não há férias. Mas, para ele, “divertir-se é desviar-se, e não convém que nos desviemos das férias, enchendo o tempo com programas de férias”. Sugere então que deixemos simplesmente o tempo passar, e poetisa: “há uma doçura imprevista em sentir-se flutuar na correnteza das horas, em sentir-se folha, reflexo, coisa levada; coisa que se sabe tal, coisa sabida mas preguiçosa”. Para ele o “não acontecimento é a essência das férias”.
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Guardas armados nas escolas

Nos EUA, após o massacre ocorrido na escola de Newtown, há segmentos da sociedade defendendo a contratação de seguranças armados nas escolas. O vice-presidente da Associação Nacional do Rifle afirmou que “A única coisa que pode parar um cara mau com uma arma é um cara bom com uma arma”. O grupo enfrenta protestos daqueles que defendem um controle mais rígido do porte de arma no país. Eu avalio que a disponibilidade fácil de armas para a população não é o único fator que leva à violência, mas é um deles, portanto deve ser combatido na raiz.
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CNE contra a Fifa

O Conselho Nacional de Educação (CNE) comprou uma briga com a Fifa ao aprovar um parecer que recomenda às escolas a manutenção do calendário escolar durante a Copa de 2014. O parecer é contrário à Lei Geral da Copa imposta pela Fifa que determinou férias escolares de 12 de junho a 13 de julho de 2014 (30 dias, quando regularmente é de apenas 15 dias nesse período). O CNE argumenta em defesa das 800 horas-aulas distribuídas ao longo dos 200 dias letivos previstos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). O calendário taxado pela Fifa pode, segundo análise do CNE, prejudicar o aprendizado dos alunos. Estamos assistindo a uma disputa de poder na qual os interesses econômicos que giram em torno da Copa pressionam o sistema jurídico e educacional brasileiro. Vamos ver quem vai ganhar: a educação ou a economia vestida de futebol.
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A Seduc não é empresa privada

Estamos finalizando o ano de 2012 e preocupa-me a notícia da indicação da professora Solange Lopes (do Cesumar) para o cargo de secretária da educação de Maringá. Como afirmei no post anterior, seu currículo demonstra experiência curta no magistério na área da saúde e atuação na gestão e avaliação apenas no ensino superior privado. Essa experiência não a qualifica para comandar a Secretaria Municipal de Educação (Seduc) que lida com outros níveis de ensino e comporta uma rede pública, com sistemática muito diferenciada de uma empresa privada de ensino. A escolha da professora, tendo como base o critério político, revela que o discurso de que a educação é prioridade é uma falácia. Dá para ter uma ideia do que teremos pela frente na gestão que se inicia em 2013.
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Mochilas à prova de balas

Após massacre de 20 crianças ocorrido em uma escola primária de Newtown no Estado de Connecticut (EUA) triplicou a venda de mochilas infantis à prova de balas no país. As mochilas possuem versões temáticas com as princesas da Disney ou com os personagens de “Os Vingadores”. Cada um desses modelos custa em torno de US$ 300. O lucro não tem sensibilidade, não é mesmo!
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Lei obrigará os pais a comparecerem na escola

Tramita no Senado um projeto de lei apresentado por Cristovam Buarque que institui penalidades aos pais ou responsáveis legais que não compareçam periodicamente às escolas de seus filhos para acompanhar o desempenho deles. Esse comparecimento deve ocorrer pelo menos uma vez a cada dois meses. Para fins de comparecimento entende-se a participação em reuniões oficiais de pais e mestres ou o diálogo individual com os professores.
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Consumo x importância de brincar

Nesse Natal, ao invés de simplesmente dar um brinquedo de presente, lembre-se de brincar com seu filho. Crianças que brincam mais tornam-se jovens e adultos melhores. Ao brincar a criança descobre o mundo, vivencia leis e regras, experimenta sensações, defronta com desafios e problemas/busca soluções, obtêm informações e respostas, adquire flexibilidade, vontade de experimentar novos caminhos, ter confiança, raciocinar, descobrir, persistir, perseverar, aprender a perder e convívio social. O consumismo excessivo e a publicidade dirigida às crianças podem ameaçar o brincar livre e saudável, tão importante para o desenvolvimento infantil.
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Eu etiqueta

Num período em que o consumo é frenético é bom reler Carlos Drummond de Andrade e seu poema “Eu etiqueta”, do qual transcrevo algumas frases abaixo.

Em minha calça está grudado um nome.
Que não é meu de batismo ou de cartório.
Um nome… estranho.
Minhas meias falam de produtos.
Que nunca experimentei.
Mas são comunicados a meus pés.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata, cinto, escova e pente,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens…
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
…Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente. (Drummond)

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O modismo da sabedoria instantânea

A árdua tarefa dos educadores é introduzir o aluno no universo do conhecimento científico, desenvolvendo sua racionalidade, formando-lhe a sensibilidade e o pensamento crítico, para que ele possa apropriar-se, progressivamente, de um repertório mais amplo e diverso daquele de que dispõe por meio da sua inserção social e pela cultura de massa. Nessa perspectiva, a tarefa da escola é ir além do espontaneísmo e do senso comum resultante das experiências de mundo. Porém, há educadores que defendem a tese de que a escola deve priorizar os saberes instantâneos, condizentes com o cotidiano e com a preparação para o mercado de trabalho. Debate acalorado, do qual não abro mão de me posicionar contra a moda do instantâneo.
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Obstáculos à criação do SNE

Segundo Saviani, existem obstáculos à consolidação do Sistema Nacional de Educação de quatro ordens: os econômicos, traduzidos na tradicional e persistente resistência à manutenção do ensino público; os políticos, expressos na descontinuidade das iniciativas de reforma da educação; e os filosófico-ideológicos, representados pelas idéias e interesses contrários; e os obstáculos legais, correspondentes à resistência à aprovação de uma legislação que permita a organização do ensino na forma de um Sistema Nacional em nosso país.
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Em defesa da criação do Sistema Nacional de Educação

Vocês devem achar que ”pirei”. Como criar o que já existe. Mas é isso mesmo, defendo a criação de um Sistema Nacional de educação, nos moldes que vem sendo defendido pelo grande educador Demerval Saviani. Muitos países já o fizeram no final do século XIX ou no início do século XX. No Brasil foi criada uma superposição de sistemas, o federal, o estadual e o municipal, cada um responsável pelas suas instituições de ensino. Organizar um Sistema Nacional significa: ter uma educação com parâmetros unitários para todo o país; estabelecer um currículo único para a educação básica; pagar o mesmo salário para todos os professores conforme a posição na carreira; ofertar escolas com estrutura física e humana em iguais condições, não importando as diferenças econômicas dos municípios…
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Argumentos favoráveis ao chip

Os argumentos mais utilizados pelos defensores do sistema de chip é que ele promove o controle da frequência escolar e reaproxima os pais do ambiente escolar. De fato, o “uniforme inteligente” pode até ajudar no controle da frequência escolar mas, com certeza, não resolve os principais problemas da educação. Educação de qualidade significa professores qualificados, salários dignos, boas condições de trabalho, estrutura física adequada, instrumento didáticos pedagógicos favoráveis ao ensino, etc. Muitas vezes o sistema de chip é adotado por escolas nas quais não existe biblioteca, acesso à internet, auditório, quadra de esportes e ainda faltam professores.
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O custo do uniforme inteligente

O sistema de chip requer um alto investimento; calcula-se em média que seja de R$ 13 a R$ 16 mensais para cada aluno. Além da implantação do chip, o valor prevê pacote de SMS e a instalação e manutenção do aparelho.
É uma medida imediatista e sensacionalista e nós educadores preferimos as medidas preventivas que são de fato educativas. Alguns educadores compararam a nova tecnologia com as tornozeleiras eletrônicas usadas por detentos. Afirmam também que a tecnologia dos chips e das câmeras de vigilância representa uma absoluta invasão da privacidade, uma privação da liberdade individual e monitoração do Estado.  Acho mais importante o debate sobre a função da escola, ou seja, a opção exclusiva por sistemas de monitoramento como os chips e as câmeras de vigilância revela que ao invés de educar  a escola opta por vigiar e punir.  Os alunos espertos que são já avisaram que vão burlar o sistema, pedindo a outro que leve a sua camiseta para assistir a aula.
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Uniforme dedo-duro

A Câmara Municipal de Maringá aprovou ontem um projeto do vereador Paulo Soni (PSB) que prevê a adoção de um chip eletrônico nos uniformes dos alunos da rede municipal. Toda vez que o estudante passar pelo portão de entrada da escola um sensor registrará a sua presença e avisará os responsáveis por meio de mensagem de celular. O sistema, que detectará a presença por ondas de radiofrequência, também registrará o horário de saída da escola. Vários municípios brasileiros já adotaram o sistema de monitoramento. Ao privilegiar esse tipo de medida (no rol de outras que igualmente monitoram os alunos, como as câmeras de vigilância), a Secretaria Municipal de Educação (Seduc) revela que está abrindo mão da sua função de educar e de transformar comportamentos, formando cidadãos. Inverte-se a lógica que levou à criação das escolas, cuja função é socializar conhecimentos e formão cidadãos, e a elas resta vigiar e punir.
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Escola e violência contra crianças e adolescentes

Pesquisa realizada pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais no Brasil (FLACSO Brasil) traçou um Mapa da Violência 2012 no Brasil e concluiu que a escola é o 4o local onde há mais ocorrências de violência contra crianças e adolescentes. Em 1o lugar está a violência que ocorre nas residências das vítimas, em 2o nas vias públicas em 3o em outros ambientes e em 5o nos bares. O levantamento foi realizado junto aos atendimentos por violência no Sistema Único de Saúde (SUS). Devemos lembrar que existe um enorme número de vítimas (crianças e adolescentes) que não revelam o motivo de ir parar nos hospitais e, por esse motivo e tantos outros, os dados não são absolutos.
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Se a montanha não vai a Maomé, Maomé vai à montanha

A integração da escola à família do aluno é assunto espinhoso. Muitos pais por estarem ocupados com o sustento da família tem pouco tempo para participar da escola. Outros, por desinteresse não comparecem. Esse contexto levou à criação da figura do “professor visitador”, aquele que vai até à casa do aluno para estreitar laços com mães, pais, responsáveis e com o próprio aluno. O objetivo é identificar problemas que afetam o aluno, entender melhor seu comportamento e diagnosticar uma possível solução. Alguns municípios já adotaram o sistema e divulgam melhora nos índices de aprendizagem. A medida tem um caráter bem assistencialista, embora o fim seja pedagógico.
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