Texto

Por Cezar Lima:

Tão logo tive parte da perna esquerda amputada, um amigo, seu Colombari, que já partiu para o andar de cima, enviou-me de presente, uma “loira” muito brava, mas que gostava de assoviar o dia inteiro, do amanhecer até o anoitecer. O presente veio por mãos de uma diarista muito eficiente com o seguinte recado: Continue lendo ›

Por João Batista Leonardo:

Longe do barulho, movimento e luzes da cidade, em noite limpa, contemplar o céu e mergulhar na imensidão do espaço é penetrar no espetáculo do infinito. É bom saber que cada ponto luminoso, cada brilho celeste pode significar um sistema planetário, provavelmente maior que o solar. Saber que, todo o conjunto dos sistemas é pequeno diante do universo é, imergir a percepção na incógnita. Continue lendo ›

Vendo a vida passar. Assim vive o canino urbano, do alto de seu privilegiado e exclusivo camarote particular. Com a idade ditando as regras, o melhor amigo do bicho homem já não se ocupa mais em procurar por aventuras exaustivas, daquelas que fizeram sua alegria no passado. Agora é um ancião de respeito, com a missão cumprida nessa vida de cão.Continue lendo ›

Por Laércio Souto Maior:

Os dias que sucederam o golpe militar de 1º de abril de 1964 foram dias de ira. Aproveitando a situação política dramática e perigosa que o Brasil atravessava, homúnculos deixaram extravasar todo o seu potencial de crueldades e recalques. Dedando a torto e a direito, deixaram em polvorosa os quartéis e delegacias de polícias de todo o país. Nunca antes no Brasil tinha se visto, de uma só vez, tanta baixeza e mesquinharia. Em Maringá foi um Deus nos acuda…Continue lendo ›

Por Cezar Lima:

Fico a lembrar-me de um dos maiores oradores públicos que conheci, no caso, o advogado e vereador de imemoriais tempos de Maringá, o dr. Mário Clapier Urbinati. Eu, moço, frequentava as sessões do Legislativo, quando funcionava ali perto do Hotel Deville. Chovia torrencialmente e trovões e relâmpagos cortavam as faces dos céus e Urbinati, no púlpito da democracia, falava com eloquência:Continue lendo ›

Por conta do Dia do Advogado:

* Advogado recém formado – Escuta balada. Acha o Poder Judiciário algo fantástico e fica impressionado com tudo. Acredita que o juiz trabalha muito. E que servidor grosseiro é uma exceção. Os processos são morosos, por causa de uma conjuntura nacional -, mas esclarecendo aos clientes, eles entenderão. Os cartórios são simpáticos e os funcionários geralmente sorridentes.Continue lendo ›

De Laércio Souto Maior:

Um ano após a inauguração da Universidade Popular do Trabalho (UPT) com pompa e circunstância na presença de autoridades, delegações estrangeiras e representantes do movimento sindical e popular do Paraná, o recém empossado governador Roberto Requião, que sucedeu Álvaro Dias no governo do estado em 1991, surpreendeu a direção da nova instituição determinando a demissão das equipes de serventes, zeladoras e guardas, que além da segurança interna e externa, mantinham seguras, limpas e arejadas as amplas dependências da UPT, que surgiu no firmamento político do Paraná para abrigar um projeto revolucionário, como nunca tinha ocorrido antes, administrado em cogestão entre técnicos da Secretaria do Trabalho e Ação Social, e lideranças sindicais e populares, numa prática libertária, pluralista e democrática, descolada do partido que estava no poder (PMDB).Continue lendo ›

Por Cezar Lima:

1) Lá na Usina Santa Terezinha, em Iguatemi (distrito de Maringá), dois candidatos a deputado estaduais (já falecidos) faziam campanhas políticas: o professor Ary de Lima e o médico Nabi Zacarias. Eram oponentes, mas amigos, e Felizardo Meneguetti recebeu-os para que falassem com os operários e funcionários.
Sorridente, seu Felizardo chamou um operário e perguntou: “entre o Ary e o Nabi, qual dos dois é o mais feio?”. Continue lendo ›

Eu estava doente e amputado. Ao retornar ao meu lar, em Marialva, encontrei duas cadeiras de rodas a esperar-me. Uma trazida em mãos pela Lidiane, esposa do então piloto da Fórmula Truck e gentilmente cedida pela equipe do Pinga Fogo, e a outra vieram trazer em mãos o deputado federal Luiz Nishimori, Carlão (ex-prefeito de Lobato e de saudosa memória) e o Fernando, assessores do deputado. A ele, devolvi uma, para que cede-se a outro necessitado, já que estava sentado em outra.Continue lendo ›

O ser humano demonstra, em seu cotidiano, similaridades incríveis com as demais espécies animais, ditas não inteligentes.
Seus sentimentos são externados em momentos dos mais distintos possíveis. Raiva, frustração, ansiedade, inveja, desânimo.
Continue lendo ›

A irreverência é apenas mais um ingrediente da personalidade do povo brasileiro. Os exemplos estão por todo lugar, a mostrar que, apesar da crise econômica, nossa gente ainda encontra bom humor para fisgar a clientela. Ainda que alguns venham a classificar o cartaz como politicamente incorreto, a criatividade do pequeno comerciante chama a atenção pela simplicidade. Longe de querer fazer apologia à violência, foi a forma que encontrou para estabelecer um vínculo de confiança com a freguesia, atitude mais que necessária nessa época de vacas magras.
José Luiz Boromelo

Por Gabriel Gagá Esperidião Neto:

A humanidade cada dia mais eletrônica, virtual e internetcamente dependente, caminha a não identificar seus próximos nem de perto, nem de forma distante, onde até um aplicativo com nome repetido da maior carta do truco, o zap, vira medida de força dentre as estrelas que querem brilhar na constelação conspirativa em que estão transformando um de nossos pilares democráticos, o Judiciário, “eu bloqueio por seu Vossa Excelência o famoso EU”.Continue lendo ›

Por Cezar Lima:

Em Marialva, bela propriedade rural, localizada na Estrada Fruteira, que inicia-se quase ao lado da BSBios, tem belo pomar de abacates, variedade “Débora”, muito bem cuidados por sinal, sempre com o solo bem adubado e capinado regularmente.
Os pés, são vistosos e estão em franca produção, mas…, ali, entremeio aos pés de abacates, um deles se tornou sinistro, pois em menos de um ano dois cidadãos, respeitados e amados por toda a coletividade, com uso de cordas, escolheram esse local para dar fim às suas vidas!Continue lendo ›

Por Nelson Alexandre:

Você sabe o que é ter um desejo que há muito tempo estava adormecido (12 anos) e de repente consegue vê-lo perto de se concretizar? Eu sei… E eu sei do que estou falando.
Estou falando de satisfação pessoal, que, aos poucos, está se transformando numa satisfação coletiva. Estou narrando uma história de um “morto-vivo”, que vive, e vivo deixa para trás toda uma trajetória de humilhações, infortúnios, desconfianças, risos e, sobretudo, o esquecimento.Continue lendo ›

Do blog Cabeça de Pedra:

Depois de quarenta anos de uso, a maconha lesa. Um fio de baba escorrendo no canto da boca pode ser um sinal. A fala arrastada, em ritmo de câmera lenta, outro. Ele estava com as duas características, além do fato de não achar que aquilo era vício. É da natureza, não faz mal, repetia enquanto enrolava mais um. Sua performance em números de cigarros fumados por dia estacionou nos trinta. Continue lendo ›

Um dos requisitos básicos ao se optar pela carreira de engenheiro civil é a intimidade com os cálculos, o “feijão com arroz” desse importante profissional.
Pelo visto o João-de-barro foi aluno relapso ao extremo para com os ensinamentos paternos, ao tentar construir sua casa em local inadequado. Continue lendo ›

(Adaptação feita por leitor de Ser gaúcho é…, de autor desconhecido):

E por aí se vai essa porção de terras ao Sul, chamada Paraná!
Ser paranaense:
– é saber que nossa característica é a bravura e não o jeitinho;
– é ser franco e direto, nem que isso cause inimizades;Continue lendo ›

A bananeira não se contentou apenas em soltar o cacho, como sempre faz. Resolveu também aproveitar a ocasião para florescer mais uma penca de banana maçã em local inusitado, mostrando que é realmente prolífera. E diante das demais vizinhas da mesma espécie, mostra orgulhosa sua criação, atraindo os olhares mais atentos. Continue lendo ›

Se formos fortes na fé, faremos ecoar o nome de Deus, Beneficente, o Clemente, Misericordiador, mas, se formos fracos, o nome de Alláh vai ecoar na eternidade para que, os verdadeiramente seus sejam na graça do Genna (paraíso na concepção humana).
Em sendo o ensino e o aprendizado sempre enigmáticos, em suas parábolas nota-se a grande necessidade de estudar com foco, força e fé. Continue lendo ›

O relato do evangelho de hoje nos apresenta o chamado dos primeiros colaboradores de Jesus. Lucas não só apresenta o chamado e a resposta, mas situa o chamado dentro de um contexto.
Vamos ver em que situação acontece este chamado.Continue lendo ›

Deitados em berço esplêndido, mas tão esplêndido que geograficamente nos localizamos por riba do maior reservatório de água potável do planeta, o aquífero Guarani, e, dentre os 27 aquíferos em território brasileiro é o de melhor capacidade de exploração e renovação e é, em verdade, um manancial de água doce subterrânea que pode sustentar a Terra por um século.
Nós não sabemos lidar com nossos governantes.Continue lendo ›

Sou filho do Seo Brasil, pujante e forte, meu pai sofre calado
De uns tempos, ele, meu pai, além, vem sendo roubado, feito de palhaço, assaltado
tolo, ludribriado
Ele chora, mas chora por mãe minha, Democracia
morta, tadinha, de fome que Seo dotô disse ser a tal inanição
E de luto, roguei ao Poeta da Vila, Noel,
que pra mãinha fizesse cançãoContinue lendo ›

Aquela balada conhecida repete sucessivamente o mesmo aviso. Mas na falta de um quadrado, qualquer coisa serve para delimitar territórios. As corujas que o digam. O palanque de cerca foi mais que suficiente para colocar cada um no seu espaço, simetricamente demarcado pelo bicho homem. Do alto de seus privilegiados postos de observação, as aves patrulham o terreno em busca de algum eventual petisco que se aventure por aquelas imediações. Afinal, manducar é palavra de ordem quando já se atingiu a maioridade animal. A lei da natureza impõe suas regras: é cada um para si, mas sempre respeitando o “quadrado” alheio.
Texto e foto: José Luiz Boromelo

edição de hoje do Diário Oficial da União, publicou-se ato da Presidência da República, regulando os índices de juros de dívida dos estados brasileiros, que já havia sido aprovada pelo circo de horrores – Congresso Nacional. Os juros pagos pelos estados, eram baseados no índice IGP-DI, mais taxa de 6% a 9% a.a. que foram substituídos pela Selic – Banco Central do Brasil, ou o IPCA mais 4% a.a., valendo efetivamente o índice que for menor, mais barato ao Estado devedor.
Mas fez-se, mais um vez, armadilha cruel dos meliantes que tomaram grande parte do PT e de certa forma (des)governam o Brasil, num mix de crônicas de vampirismo, comédias trágicas e pura falta de lítio.Continue lendo ›

O fim de tarde desse Natal foi marcado por cenários naturais inesquecíveis. Junto com o calor veio a chuva, molhando a vegetação e emoldurando a paisagem em tela ao ar livre, com direito a arco-íris. Um presente e tanto para aqueles que curtem as maravilhas da natureza, com sua infinidade de cores, formas e aromas. São ocasiões propícias para se eternizar através das lentes, porque o momento de cada registro é único. E a recompensa pela dedicação e paciência vem acompanhada de belas surpresas. Para quem gosta, é um prato cheio.
(Foto e texto: José Luiz Boromelo)

Vida de felino caipira é um marasmo que dá sono. As atividades se resumem em garantir o almoço diário, incluindo no cardápio variado alguns empenados desavisados e outras iguarias disponíveis no meio rural. Também não se pode deixar de lado a preocupação com a aparência, mantendo a pelagem livre dos parasitas contumazes, pois afinal, existe a possibilidade de, a qualquer momento, aparecer uma companheira para aventuras bem mais interessantes. E sem perder a pose, o bichano resolveu esperar na janela. Do alto de sua costumeira indolência, sossegado, dono de seu próprio nariz, vê a vida passar. Sem pressa alguma. Isso que é tranquilidade!
José Luiz Boromelo

Em plena segunda-feira o felino se aquece tranquilo ao sol da manhã. Esparramado sobre o carro, não está nem aí para as preocupações de início de semana do bicho homem, como o saldo da conta bancária no vermelho, o pagamento dos boletos em atraso, o serviço prometido para a semana passada (e não entregue), a aporrinhação costumeira do chefe eternamente mal humorado, a torcida diária para que o mês termine logo. Como esse tipo de inquietação definitivamente não o atinge, nada mais prazeroso do que aproveitar o clima ameno e de camarote vip, ver a banda passar. Isso sim que é vida boa. Que inveja do bichano!
(Foto e Texto: José Carlos Boromelo)