A deputada perguntou do dinheiro e esqueceu das promessas

Dias atrás o secretário de Saúde do Paraná esteve na Assembleia Legislativa para responder a questionamentos dos deputados sobre as ações contra o coronavírus. A deputada curitibana Maria Victória Borghetti Barros (PP) fez uma pergunta que nada tinha a ver com o assunto.

Repetindo ladainha do pai, o ex-ministro da Saúde Ricardo Barros, a parlamentar queria saber se havia previsão de pagamento da última parcela do Hospital da Criança em Maringá.

O hospital deveria estar pronto ainda na gestão da mãe da deputada, Cida Borghetti, quando assumiu em lugar de Beto Richa; a obra foi prometida para novembro do ano eleitoral de 2018. Falta o bolso do contribuinte repassar mais R$ 25 milhões para a conclusão da obra, feita sem licitação por uma ONG de Curitiba.

Para não ficar deslocada do tema da conversa, Maria Victória disse ao secretário Beto Preto que o hospital poderia ser utilizado para atender aos casos do coronavírus da região.

A deputada deve ter esquecido que o governo Beto Richa/Cida Borghetti inaugurou a oncopediatria na UEM sem nenhum equipamento, e que se ele estivesse sido entregue como deveria estaria funcionando plenamente e não seriam necessários os R$ 124 milhões do Hospital da Criança, que o pai liberou quando estava no Ministério da Saúde, e que a ajudaram em sua reeleição.

Esqueceu também que o mesmo governo estadual – aquele que a fez se esconder no banheiro da Alep durante uma manifestação popular – inaugurou mais de uma vez um bloco de mais de 8 mil metros quadrados do Hospital Universitário Regional com 108 leitos – só que, também, vazio, sem os tais 108 leitos, muito menos gente para tocar (médicos, enfermeiros e pessoal de apoio.).

Para se ter uma ideia do desleixo do governo anterior, mesmo quando o assunto é tão importante como a saúde, somente na semana passada é que foi colocado o encanamento nos quartos do bloco do Hospital Universitário, “inaugurado” várias vezes – a última delas em 27 de dezembro de 2019, pelo então secretário de Saúde do governo Borghetti/Barros, Antonio Carlos Nardi (aqui).

Se os 108 leitos prometidos nas gestões do pai e da mãe estivessem instalados, como se prometeu e não se cumpriu, hoje poderiam receber tranquilamente receber os pacientes de coronavírus.

O secretário Beto Preto, educado, preferiu informá-la que o caso da Hospital da Criança está sendo questionado pelo Tribunal de Contas.

(Foto: Arnaldo Alves)

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