Carne Fraca: Justiça Federal condena mais sete pessoas

A Justiça Federal no Paraná condenou sete pessoas e absolveu outras cinco investigadas na Operação Carne Fraca, que apura o esquema de corrupção e cobrança de propina de empresas frigoríficas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, desde 2017. Um dos condenados é Daniel Gonçalves Filho (foto), que trabalhou na Mapa em Maringá e foi chefe regional do órgão.

Ele foi condenado a 11 anos e 3 meses de prisão em regime fechado, além do pagamento de 396 dias-multa (3/4 do atual valor do salário mínimo) pelos crimes de organização criminosa e corrupção passiva.

A sentença foi proferida ontem pelo juiz federal Ricardo Rachid de Oliveira, da 14ª Vara Federal de Curitiba. Além das condenações pelos crimes de participação em organização criminosa, concussão, corrupção ativa e passiva, o  magistrado decretou a perda dos cargos ocupados pelos servidores públicos condenados. Ficou estipulado ainda valor mínimo de reparação do dano causado pela infração e a fixação de multas.  

“Em outros fatos atrelados a este feito e a outros feitos da assim denominada “Operação Carne Fraca” detectou-se a presença de uma relação espúria entre empresários do ramo frigorífico e fiscais federais agropecuários do Mapa/PR. Descortinou-se — nos aludidos fatos — uma via de mão dupla, em que os empresários pagavam propinas aos servidores públicos em troca de uma fiscalização mais branda e da expedição de certificados sanitários internacionais sem prévio e efetivo acompanhamento dos carregamentos destinados à exportação”, reforçou Ricardo Rachid.

Essa é a sexta sentença proferida pela 14ª Vara Federal de Curitiba em ações penais originadas da Operação Carne Fraca. As investigações ainda prosseguem em outros inquéritos policiais, instaurados para a apuração de diversos fatos não abarcados nas denúncias já oferecidas, bem como quanto aos indícios posteriormente desvelados pelos réus colaboradores.

Os outros condenados são: Celso Dittert de Camargo (fiscal federal agropecuário à época), Flávio Evers Cassou (médico veterinário e funcionário da Seara), Luiz Carlos Zanon Júnior (ex-auditor fiscal da Ultra de Londrina), Maria do Rocio Nascimento (ex-chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal), Paulo Rogério Sposito (empresário do setor de frigoríficos) e Renato Menon (fiscal federal agropecuário à época).

Foram absolvidos das acusações os réus Carlos César, Eraldo Cavalcanti Sobrinho, Josenei Manoel Pinto, Sérgio Antônio de Bassi Pianaro e Tarcísio Almeida de Freitas. Aqui, o processo para consulta. (JF/PR)