Teimando em fumar ou beber

Filhos e filhas não nascem para a orfandade precoce. Enquanto é tempo, liberte- se da maldição do tabaco e do alcoolismo

Às vezes, é difícil não chorar, quando na própria família, alguém sacrifica preciosos anos de vida, cometendo suicídio indireto por insistir em alojar fumaça nos límpidos pulmões ou álcool nas células do cérebro, dádivas outrora límpidas e saudáveis gratuitamente recebidas do Criador.

O modismo do narguilé é pior que o do cigarro e vai subtraindo preciosa expectativa de vidas jovens por doenças cardíacas e câncer de pulmões, sem levar em conta os casos de hepatite, herpes ou tuberculose, se compartilhado.
Mulheres grávidas fumantes veiculam danos cerebrais aos bebês delas.
A maconha? O tetraidrocanabiol nelas presente é capaz de matar neurônios e até o momento, os pesquisadores e cientistas não conseguiram selecionar os efeitos benéficos dela. Entretanto, a canabis já está fazendo parte da estratégia eleitoral por determinados candidatos.

Quanto aos “indefesos cigarros”, convém lembrar que a nicotina provoca aumento da pressão arterial e gera dependência radical, tanto assim que os fumantes costumam irritar-se pela falta do cigarro. Pares habituais nos mesmos clientes, cigarro e alcoolismo, além do câncer respondem por infartos fulminantes ou lenta e progressiva demência.

Geralmente, os candidatos à dependência, costumam alegar que fumam ou bebem socialmente, como forma de disfarce de suposta timidez. A verdade é que esses supostos subterfúgios do prazer ou do bem-estar navegam pelo organismo com imensa desenvoltura, comprometendo células e produzindo males sem conta. A demência alcoólica, além da fala arrastada, responde por conflitos entre os familiares, gera acidentes, envelhecimento precoce, depressões e crimes.

Via de regra, os súditos do cigarro e do alcoolismo não alcançam a longevidade. Lembro que em visita a um amigo professor universitário que já havia perdido um pulmão para o câncer, era incontrolável a ansiedade do paciente em deixar o hospital o mais rapidamente possível, para que ao menos pudesse fumar à vontade…longe das restrições impostas por médicos ou enfermeiros.

Estatísticas não são necessárias. Pense em sua família. Compare a duração de vida entre os não- fumantes e não-alcoólicos com a dos que se deixaram arrastar pelo tabaco e o alcoolismo, para tirar as suas conclusões. Filhos e filhas não nascem para a orfandade precoce. Enquanto é tempo, liberte- se da maldição do tabaco e do alcoolismo.

Viver em plenitude continua sendo a maior dádiva de nossa terrena peregrinação.


(*) Tadeu França
Professor universitário e ex- deputado federal constituinte

Foto: Bertan Özer/Pexels