Mato para dar e vender

Mutirão visa a limpar área de 11 alqueires, inclusive o entorno de sepulturas, o que caberia às famílias dos entes queridos ali sepultados

Que o mato toma conta dos espaços públicos e privados nesta época do ano não é novidade pra ninguém, mas parece que em dezembro não houve manutenção. Além das entradas da cidade, o Cemitério Municipal está em situação complicada, e por isso iniciou um mutirão, porque a área é grande (11 alqueires, 255 mil metros quadrados).

Para quem visita, para um momento de introspecção e respeito à memória dos que se foram, aparenta situação muito ruim. Em alguns locais o mato alto tomou conta, transformando o cenário em algo que mais parece um terreno baldio do que um espaço sagrado.

“Além disso, os buracos no asfalto dificultam o acesso de quem busca prestar homenagens, sem falar na sensação de insegurança e descuido que permeia o ambiente. O que deveria transmitir paz e conforto às famílias que ali estão, hoje é sinônimo de tristeza e indignação. Se até os mortos foram esquecidos, o que podemos esperar para os vivos?”, reclama um morador (vivo) da melhor cidade para se viver do Brasil, a cidade que mesmo assim “merece mais”.

Mas há um ponto para o qual muitos não se atentam: a responsabilidade de manutenção do entorno dos túmulos é das famílias. Algumas, as que podem, contratam terceiros para “lavar o tumulo”, mas poucos ligam para o mato. Há sepulturas que há mais de duas décadas não recebem atenção de familiares. Nos espaços públicos a grama está alta, e o mutirão iniciado pela gestão do cemitério acaba fazendo a limpeza que outros deveriam fazer.