Como funcionaria o superfaturamento em obras públicas
Digamos, hipoteticamente, que determinada obra com recursos federais esteja sob suspeita de superfaturamento, no entanto mais R$ 23 milhões teriam sido autorizados para sua continuação. Quanto a empreiteira vencedora gastaria para realizar os serviços orçados nos R$ 23 milhões? Há quem diga que, na maioria das obras públicas, o custo efetivo para o empreiteiro é algo em torno de 50%. Neste caso seriam R$ 11,5 milhões. Qual o lucro aceitável para o empresário? Numa economia estabilizada, como a nossa, inflação de cerca de 5% aa,10% seria uma boa margem o que elevaria o valor final para R$ 12,65 milhões. E como se chegaria aos R$ 23 milhões? A empreiteira, pelos risco que corre, não se contentaria com 10% de lucro, pediria algo mais, um lucro total de 30% mais ou menos, o que elevaria o valor a receber para R$ 15 milhões. Sobrariam R$ 8 milhões que seriam dividos, criminosamentee, entres os agentes públicos, ou não (há caso de lobistas). Cada um teria o seu quinhão. Aí entrariam os medidores das obras, agentes municipais, secretários, prefeitos, deputados e os federais liberadores. Muita gente teria a sua fatia nos R$ 8 milhões restantes. Suspeita-se que alguns políticos sejam sócios ocultos da maioria das empreiteiras.
Resumindo: A obra que custaria R$ 12,650 milhões teria um superfaturamento de R$ 10,350 milhões. Dinheiro ‘furtado’ do povo.
Akino Maringá, colaborador