Rumo ao centenário

Germani confidenciou que queria ver como Maringá estaria aos 100 anos

Faltam 24 anos. Quem hoje tem até 70 terá chance de estar ainda por aqui no dia 10 de maio de 2047 para ouvir os sinos da Catedral repicarem celebrando o primeiro século da bonita história desta cidade. Será sem dúvida uma emoção extraordinária.

Pensando nisso, de repente me lembrei do saudoso amigo Emílio Germani, um dos personagens fundamentais da edificação de nossa jovem metrópole. Numa conversa ocasional, ele me confidenciou que uma de suas maiores alegrias seria poder viver o suficiente para ver como estaria Maringá quando completasse 100 anos.

Germani não estará aqui para conferir. Nem eu. Todavia dá para adivinhar o que se passaria em seu coração caso no dia do centenário subisse ao terraço de um dos nossos edifícios e lançasse o olhar em redor contemplando a obra gigantesca da geração pioneira.

Parece ter sido ontem o comecinho de tudo isso. Quanta gente passou pela nossa vida, quanta história vimos juntos ser tecida. A gente fecha os olhos e vai acompanhando o rolar de um filme fantástico. Um a um vão desfilando à nossa frente os mais conhecidos (homens e mulheres): e seus familiares: os  Planas, os Moreira da Silva, os Maluf, os Henriques, os Ribeiro, os Bernardes, os Periotto, os Meneguetti, os Ueta, os Ueda, os Abrão, os Balani, os Alves, os Peralta, os Leonardo, os Zubiolli, os Pulzatto, os Pelissari, os Iwata, os Gonçalves, os Bueno Netto, os Taguchi, os Okamoto, os Manicardi, os Sanches, os Fujiwara, os Moleirinho, os Rocamora, os Alegretti, os Carniel, os Carnelossi, os Chiuchetta, os Verri, os Bolela, os Barros, os Hossokawa, os Mora Castilho, os Ferreira, os Vechi, os Marques, os Fregadolli, os Pacheco, os Peixoto, 0s Pereira, os Bortolloto, os Borges, os Borba, os Dias, os Schiavone, os Pietrobon, os Maia, os Khoury, os Haddad, os Guimarães, os Sala, os Galli, os Bastos, os Mattos, os Pasquinelli, os Dutra, os Pismel, os Kubota, os Yabiku, os Georgi, os Palma, os Preis, os Nonino, os Rugeri, os Taborianski, os Niero, os Cossich, os Ferraz, os Agostinho, os Lima, os Surita, os Bianchini, os Bruder, os Agulhon, os Costa, os Bolotta, os Barbosa, os Granado, os Rodrigues, os Fontes, os Alcântara Rosa, os Motta, os Ramalho, os Brito, os Telles, os Monteschio, os Araújo, os Fernandes, os Scramin, Cantadori, os Rocha Loures, os Joseppetti, os Shima, os Pimentel, os Plepis, os Momenson, os Fortunato, os Ravagnani, os Fontes, os Moretti, os Carvalho, os Deprá, os Tavares, os Chaves, os Gouveia, os Buosi, os Oliveira.    

Dom Jaime, padre Germano, cônego Telles. A construção da Catedral, da Santa Casa, do albergue, do Lar dos Velhinhos, do Lar-Escola da Criança. 

A criação da Acim, do Rotary, do Lions, a construção do Grande Hotel, dos grandes clubes sociais. As fanfarras, os desfiles cívicos, os comícios.

Irmã Pillar, Irmã Vicenzia, Irmã Salomé, Irmã Firmina, Dona Winnie, Dona Azedinir, Doutora Thelma, Doutora Iorfina, Dona Modesta, Dona Tita, Dona Cenita.

Os primeiros professores: Altoé, José James, Hiran, Bacarim, Matti, Ary, Monacci, Dirce de Aguiar, Stefânia, Maria Balani, Agmar, Loide, Branca Vieira, Piveni, Nadyr, Tomires. Os primeiros donos de jornais e revistas: Ivens, Tavares, Brandespim.

Os primeiros prefeitos: Villanova, Américo, João Paulino, Luiz de Carvalho, Adriano. A criação da UEM, os primeiros reitores: Garcia, Purpur, Neumar, Paulo Roberto, Fernando.

Lembra, Germani? A banda do Marchini, a orquestra do Penha, a orquestra do Britinho, os grandes bailes, os piqueniques no Horto, as geadas, a Marcha da Produção, os grandes jogos do Grêmio.

Que pena, Germani, que a memória está cansada e não consegue lembrar tantos outros fatos e tantos outros pioneiros e pioneiras com os quais de algum modo convivemos.


(Crônica publicada na edição de hoje do Jornal do Povo)

Foto: /Museu da Bacia do Paraná/Projeto Eu Amo Maringá