Ficou na saudade

Construção de memorial e plantio de árvores para cada uma dos 1.878 mortos pela covid-19 em Maringá foram divulgados em 2021

Em 27 de março de 2021, portanto há 3 anos, 4 meses e 1 semana (1.225 dias), o prefeito de Maringá anunciou, durante homenagem realizada no Parque Linear Rio Samambaia, no Jardim Piatã, a implantação do Bosque da Saudade. De acordo com ele, o local teria um memorial com escultura, que seria escolhido mediante concurso.

“Futuramente, cada família das vítimas da covid-19 plantará uma árvore no local. Serão diversos tipos de muda, inclusive nativas que farão parte da revitalização do fundo de vale do rio Samambaia”, informou a Prefeitura de Maringá à época. Até hoje, porém, não se tem notícia de que famílias foram convidadas para tal ato, em homenagem aos seus entes queridos, vítimas da doença. Circulou então que cada árvore teria uma placa com o nome do homenageado. Em Maringá, até quinta-feira, estavam contabilizadas 1.878 mortes por covid-19.

No dia em que se assegurou o bosque foi plantado um ipê-roxo, árvore símbolo da cidade, e estavam presentes José Francisco Oliveira Silva (Mochila), marido de de Rosângela Antunes Machado da Silva, primeira vítima do novo coronavírus na cidade, e Iuda de Fátima Martins de Souza, filha de Belchior Martins, segunda vítima. 

Em junho de 2022 o parque foi inaugurado com praça de convivência com quadra de vôlei de areia, ATI e playground, na esquina da avenida Tuiuti com rua Rio São Francisco. “Além das atrações recreativas, o Parque Rio Samambaia também terá um corredor de ipês em homenagem aos maringaenses vítimas da covid-19”, informou a prefeitura à época, divulgando uma prévia do que seria o corredor (acima).

De acordo com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Maringá (Ipplam), o Bosque da Saudade “consiste em um corredor florístico com ipês (árvore símbolo de Maringá) em homenagem aos maringaenses vítimas da covid-19. O projeto foi implementado com o plantio de mudas de ipê-roxo na rua Rio São Francisco, às margens do Parque Linear do Jardim Piatã, e com a revitalização da calçada e do alambrado”.

No local, passados 1.225 dias, a vizinhança não sabe a existência do Bosque da Saudade. A calçada foi readequada e o alambrado apresenta aberturas em ao menos dois locais, onde são descartados entulhos diversos, principalmente de móveis. Não há informações sobre o memorial que seria escolhido por concurso.