Do padre Orivaldo Robles:
Não posso dizer que lembro como se fosse hoje, mas lembro: Seminário São José, Curitiba, 29 de junho de 1958. Voltamos da missa de São Pedro e São Paulo, na Catedral, e corremos para o rádio colocado no pátio. Não havia televisão. O jogo era a final da Copa do Mundo, Brasil x Suécia, anfitriã da Copa. Já tinha começado e perdíamos por 1×0. Depois Vavá empatou e acabamos ganhando por 5×2, mesmo placar da vitória sobre a França, cinco dias antes. Trabalho mesmo tinham dado Inglaterra (0x0) e País de Gales (1×0). O rei Gustav desceu da tribuna para a entrega da taça. Cumprimentou todos os jogadores. Um, em especial, tinha-o impressionado: Pelé, menino de 17 anos. Por causa de suas diabruras em campo um jornal de Curitiba, em charge na página de esportes, mostrou-o como “o saci pelelé”.
Nesse dia o futebol do Brasil nasceu para o mundo. Apagou o desastre do “Maracanazo” de 1950. Desse eu não me lembro. Era pequeno demais e morávamos num sertão aonde quase não chegavam notícias do mundo. As figurinhas do álbum que formei eram do campeonato paulista, não da seleção. Da copa de 1954, disputada na Suíça, conservo alguma lembrança. Pelo menos da nossa derrota por 4×2 para a Hungria de Puskas, então o melhor jogador do mundo. Foi uma partida violenta, apitada pelo inglês Arthur Ellis. Para nossa crônica esportiva, um larápio que nos afanou descaradamente. Durante muito tempo, apelidar alguém de “Mr. Ellis” era chamá-lo de ladrão.Continue lendo ›