Ex-secretário maringaense, tendo militado por muitos anos no PMDB, Jorge Tranjan gravou sexta passada um vídeo em que simbolicamente afasta-se do presidente Jair Bolsonaro, de quem sempre foi defensor. Ele retira a foto dos dois e a engaveta, fazendo depois o sinal de “acabou”. “Perdi a minha admiração pelo presidente”, sintetizou.
“Brasileiro não sabe se escuta o ministro ou o presidente, diz Mandetta”, é a manchete da Folha de S. Paulo desta segunda-feira, baseado no que o ministro da Saúde disse em entrevista ao programa Fantástico, ontem à noite. O final de semana provou isso.
Reportagem da Folha de S. Paulo, aproveitando o Dia da Mentira, faz uma lista de algumas frases ditas pelo presidente Jair Bolsonaro que, ham, ham, não correspondem à realidade. Duas delas:
Os policiais podiam ficar a quilômetros da casa e o bandido poderia atirar o quanto quisesse, mas continuaria cercado. Se a intenção fosse capturá-lo vivo, isso seria apenas uma questão de tempo. Três dias depois da operação, as informações divulgadas pelas polícias foram genéricas e insuficientes para entender o que aconteceu.
Na melhor da hipóteses, os policiais foram incompetentes. Na pior, prevaleceu o protocolo de silêncio seguido pelo ex-PM Fabrício Queiroz, chevalier servant da família Bolsonaro e administrador da “rachadinha” de seus gabinetes parlamentares, onde estiveram aninhadas a mãe e a mulher de Adriano. O silêncio de Queiroz é voluntário, o do miliciano foi inevitável. Fica no ar um trecho da fala triunfalista de Witzel, no qual ele disse que a operação “obteve o resultado que se esperava”.
Quando a polícia estava no rastro de Adriano, o ministro Sergio Moro vangloriou-se de ter organizado uma lista dos criminosos mais procurados. Nela estavam 27 bandidos, mas faltava o “Capitão Adriano”. No melhor burocratês, o ministério explicou: “As acusações contra ele não possuem caráter interestadual, requisito essencial para figurar no banco de criminosos de caráter nacional”. Conta outra, doutor. Dois dos listados eram milicianos municipais do Rio de Janeiro. Ademais, a interestadualidade de Adriano foi comprovada na cena de sua morte, com policiais baianos e fluminenses.
O secretário de Segurança do governo petista da Bahia prometeu transparência na investigação da morte do miliciano. Seria uma pena se a cena do tiroteio tiver sido alterada. Numa troca de tiros deveriam existir cápsulas da arma de Adriano. Seria razoável supor que a polícia disparou mais tiros, além dos dois que atingiram o bandido. A cena poderia ter sido filmada, mas isso seria pedir demais, mesmo sabendo-se que se tratava de uma operação de relevância nacional. A captura de Adriano lustraria a polícia e jogaria luz sobre suas conexões. A morte do ex-capitão serviu apenas para aumentar as trevas que protegem essa banda das milícias do Rio.
Faz tempo, uma patrulha do Exército perseguiu outro ex-militar foragido pelo interior da Bahia. Chamava-se Carlos Lamarca. Apesar de ter teatralizado a cena de sua morte, o oficial que comandava a patrulha não falou em troca de tiros. Narrou uma execução.
No jogo de gato e rato que trava com Sergio Moro, Jair Bolsonaro se deu conta de que pode ter mais a perder do que o seu ministro. Menos de 24 horas depois de declarar que cogita desmembrar o Ministério da Justiça, retirando de Moro a área da Segurança Pública, Bolsonaro afirmou que a chance de algo assim acontecer “é zero”. Diz-se que o presidente recuou. Engano. Na frase seguinte, Bolsonaro esclareceu que essa é apenas a sua posição momentânea. “Não sei o amanhã, porque na política tudo muda”, disse ele.
Entre uma posição e outra, Bolsonaro foi submetido a uma avalanche de críticas nas redes sociais, seu habitat natural. Os gênios que cercam Bolosonaro no Planalto começaram a fazer em voz alta uma pergunta singela: o que acontecerá se Sergio Moro chamar o caminhão de mudança e sair batendo a porta? A pergunta indica que Bolsonaro meteu-se numa enrascada. Tendo ciência de que o passado político da primeira-família estava encostado em rachadinhas e nas relações perigosas com Fabrício Queiroz e milicianos do Rio, Bolsonaro chamou o xerife da Lava Jato para cuidar do combate à corrupção e ao crime organizado. Agora, tenta cortar as asas de Moro. Ironicamente, o ex-juiz contribui para para a própria fritura. Moro esqueceu de traçar limites a partir dos quais ele não recuaria. Sofre calado uma sequência de humilhações. Leia mais.
Descobriu-se que Fabio Wajngarten (foto), chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, flerta com o inaceitável. Como empresário, recebe dinheiro de emissoras de TV e agências de publicidade contratadas pela repartição que dirige como servidor público.
Jair Bolsonaro reagiu ao inadmissível como se operasse em duas velocidades. Ao hesitar em afastar seu secretário de Comunicação, o presidente revelou-se intelectualmente lento. Mantendo-o por mais tempo na função, reforçará a suspeita de que é um político eticamente ligeiro.
As duas velocidades de Bolsonaro são insultuosas. A lentidão intelectual afeta a própria autoridade do presidente, pois fica no ar a sensação de que o de o derretimento moral do Zero Um Flávio Bolsonaro fez da anormalidade um outro nome para normal no governo do capitão.
A ligeireza moral transforma de sólido em gasoso o discurso ético de Bolsonaro. Ele prometera na campanha honrar os eleitores que lhe deram votos no pressuposto de que saciaria a fome de limpeza que pairava sobre as urnas.
Se quisesse ser levado a sério, Bolsonaro mandaria o secretário Fabio Wajngarten para o olho da rua. Impossível manter no Planalto um auxiliar que mantém um pé em cada lado do balcão e não enxerga o conflito de interesses na imagem do espelho. Leia mais.
O presidente Bolsonaro lembrou hoje pela manhã o intelectual Paulo Francis.
Mas foi ao repetir uma frase usada por Francis nos tempos de O Pasquim: “Não vi e não gostei”. Hoje, apesar do humor, a frase é preconceituosa.
Afeito a figurinhas, o presidente da República não assistiu ao documentário “Democracia em Vertigem”, que disputará o Oscar, mas já o despreza e torce contra.
Bolsonaro voltou a ser indelicado quando, perguntado sobre Queiroz, abandou a entrevista na saída do Palácio da Alvorada. O presidente teria mandado Queiroz, acusado de rachadinha no gabinete do filho Flávio, de não comparecer no Ministério Público Estadual.
A informação é de Ricardo Noblat: Fabrício Queiroz, ex-assessor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, depositou na conta de Michelle, a mulher do presidente Jair Bolsonaro, mais que os R$ 40 mil descobertos e admitidos no ano passado.
Segundo ele, tratou-se de dinheiro que havia emprestado a Queiroz e devolvido em 10 suaves prestações mensais. Não explicou por que Queiroz precisara do empréstimo se tinha movimentado em sua própria conta mais de R$ 1 milhão só no ano passado.
“Investiga daqui, investiga dali, descobriu-se que Queiroz depositou na conta de Michelle pelo menos R$ 60 mil. Talvez um pouco mais. O sigilo bancário da mulher de Bolsonaro não foi quebrado, mas a Constituição não impede que seja”.
O presidente Jair Bolsonaro fez questão de manifestar solidariedade ao empresário Luciano Hang, que teve a estátua de plástico de uma de suas lojas queimadas no final de ano.
Na mensagem ele apareceu vestido com a camisa do Cascavel e, como observou o jornalista Leandro Prazeres no , tem entre seus patrocinadores, além da Havan – que se expandiu com empréstimos feitos durante os governos petistas -, a Eucatur, empresa de transportes ligada ao senador Acir Gurgacz (PDT-RO), condenado à prisão por crimes financeiros.
A propósito, o presidente até agora não se manifestou sobre o atentado sofrido pela produtora do canal Porta dos Fundos, que colocou vidas em risco. Nem ele nem o maringaense Sergio Moro, ministro da Justiça e da Segurança Pública. Um dos envolvidos é Eduardo Fauzi, filiado ao PSL e procurado pela Polícia Civil, que oferece recompensa por informações que o levem à sua prisão.
A reprovação ao governo do presidente Jair Bolsonaro cresceu para 38% da população brasileira, segundo um levantamento encomendado pela Confederação Nacional das Indústrias ao instituto de pesquisas Ibope.
Em entrevista ao jornalista Fabio Pannunzio, o ex-ministro Gustavo Bebianno disse que Paulo Guedes teve cinco ou seis conversas com o maringaense, então juiz federal.
O WhatsApp admitiu pela primeira vez que a eleição brasileira de 2018 teve uso de envios maciços de mensagens, com sistemas automatizados contratados de empresas. A informação é de Patrícia Campos Mello, na Folha de S. Paulo.Continue lendo ›
O ex-governador paranaense Paulo Pimentel foi quem disse: “O Bolsonaro não entende, ele é fora de época. O estilo dele é de 100 anos atrás. Falta diálogo, então ele dá cassete na imprensa e a imprensa responde. Mas ninguém pode governar com a imprensa chumbando desse jeito”.Continue lendo ›
O presidente Jair Bolsonaro nomeou novos vice-líderes na Câmara federal. Ele destitui a deputada Major Fabiana e nomeou: Aline Sleutjes, do PSL do Paraná; Caroline Toni, do PSL de Santa Catarina; Daniel Silveira, do PSL do Rio de Janeiro; e Erro Biodini, do Pros de Minas Gerais.Continue lendo ›
Jailton de Carvalho, em O Globo, conta que os embates com o presidente Jair Bolsonaro e as derrotas no campo político são duas fontes de desgaste do ministro da Justiça, Sergio Moro, mas não são as únicas.Continue lendo ›
Foi Clara Cerioni quem revelou na semana passada: o presidente Jair Bolsonaro, que saiu dias attrás criticando o subsídio concedido na compra de jatinhos, quando deputado federal votou a favor do do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que permitiu o financiamento de aviões da Embraer via BNDES.Continue lendo ›
Fabio Murakawa, Andrea Jubé, Isadora Peron, Mariana Muniz, Renan Truffi e Raphael Di Cunto, no jornal Valor Econômico:
O presidente Jair Bolsonaro tem manifestado a interlocutores insatisfação com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, uma das estrelas do governo. O ex-juiz da Lava-Jato também se sente desconfortável com o processo de “fritura” que está sofrendo, sobretudo de nomes ligados ao núcleo familiar do presidente.Continue lendo ›
O presidente Jair Bolsonaro – aquele que quer abrir a caixa-preta do BNDES – mantém em segredo mais de dois terços das informações sobre gastos com cartões corporativos do governo federal (cerca de R$ 13,5 milhões no primeiro semestre deste ano), revela Lucio Vaz, na Gazeta do Povo.Continue lendo ›
O presidente Bolsonaro tem umas falas que nos deixam preocupados. Assim como Lula e Dilma, às vezes, ‘escorrega terrivelmente’, espancando a liturgia do cargo. Dizer que vai indicar para o STF alguém ‘terrivelmente evangélico’foi demais. Continue lendo ›
Em menos de um mês, Sergio Moro já recorre à terceira linha defensiva, na confrontação com as revelações do The Intercept Brasil por seu site e pela imprensa. A alegação de desimportância e normalidade das mensagens expostas mais confirmou sua conduta desregrada do que o defendeu.Continue lendo ›
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